Excedentes derrubam mercado em Minas

 Excedentes derrubam mercado em Minas

Caminhões: Minas Gerais quer fiscalização na entrada do arroz

Mineiros querem fiscalização de cargas de arroz .

A cadeia produtiva do arroz de Minas Gerais quer que o Governo Estadual seja mais rigoroso na fiscalização e controle das cargas de cereal que entram naquele estado. O presidente do Sindicato das Indústrias do Arroz de Minas Gerais (Sindarroz-MG), Jorge Tadeu Meireles, diz que os excedentes e a presença de um alto volume de arroz do sul do Brasil no mercado mineiro são responsáveis pela baixa cotação do arroz no país. 

“Distribuidoras do Rio Grande do Sul estão abastecendo mercados de Minas Gerais com preços muito baixos. Em alguns momentos, foi possível encontrar saco de arroz de cinco quilos, tipo 1, a R$ 2,99 nos supermercados. Não dá para entender como isso é possível. Algo de errado está acontecendo”, irrita-se o representante da indústria mineira. 

O Governo do Estado de Minas Gerais ainda não definiu como irá fazer para intensificar a fiscalização, mas a pressão da cadeia produtiva é bastante forte na exigência de medidas.
As barreiras de fiscalização nas fronteiras, nas principais rotas de entrada e saída de caminhões, visam impedir a sonegação fiscal e o ingresso de cargas sem procedência. 

A tarefa de controlar as fronteiras, porém, não é fácil. Minas Gerais tem divisas com seis estados, sendo que a maior dificuldade será monitorar as rotas que ligam Minas Gerais com São Paulo e Rio de Janeiro. 

“Tem muita falcatrua que pode ser feita, e isso é ruim para todos os estados. Tem muito caminhão sem nota fiscal da carga e também carga destinada para estados do Nordeste que acaba ficando em Minas. Não estamos satisfeitos com esta situação. Queremos fortalecer todos os instrumentos possíveis para fiscalização. Não são barreiras para impedir a entrada de arroz, mas sim para fiscalizar e obrigar a prática de preços justos”, observa o presidente do Sindarroz-MG.

Questão básica
A baixa cotação do arroz em todo o Brasil deverá estabilizar ou até reduzir o tamanho das lavouras em Minas Gerais. Na safra passada os mineiros aumentaram em 15% a área plantada e tiveram uma produção cerca de 20% maior do que a da safra 2003/04. A plantação de arroz que está em andamento deverá atingir cerca de 100 mil hectares. Na safra 2003/04, os mineiros cultivaram 94,4 mil hectares de arroz e na safra passada a área chegou a 108 mil hectares.

Tira-teima
O arroz vendido a R$ 2,99 em Minas Gerais, na cidade de Uberlândia, foi distribuído por uma empresa gaúcha da cidade de Pelotas, região sul do Rio Grande do Sul. O presidente do Sindarroz-MG, Jorge Tadeu Meireles, comprou o arroz e mandou fazer a classificação dos grãos. O resultado das análises comprovou que o cereal é do tipo 1, reforçando a teoria de que algo de errado há no fornecimento. “Para este arroz chegar em Minas ele teve que rodar cerca de 2,5 mil quilômetros. Como é possível produzir, industrializar e entregar com um preço tão baixo?”, questiona Meireles.

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