Exportação brasileira em 2022 é a maior da história em ano civil

 Exportação brasileira em 2022 é a maior da história em ano civil

(Por Planeta Arroz*) As exportações brasileiras de arroz em casca já somam volume recorde nesta temporada 2022 (em que se considera o ano civil), mesmo faltando um mês para o encerramento. As informações são do Cepea/Esalq, com base nas informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Esse contexto está atrelado ao Real desvalorizado frente ao dólar, mantendo o cereal competitivo no mercado internacional, mas também a fatores como a forte demanda do México, que retirou as taxas sobre a importação de arroz em casca, e países das Américas, em função dos altíssimos preços e da frustração de safra dos EUA.

De janeiro a novembro deste ano, as exportações do arroz em base casca somaram 1,91 milhão de toneladas, o maior volume anual desde o início da série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 1997. Esse volume superou o mais alto até então, de 1,89 milhão de toneladas, registrado em 2011.

Segundo o Cepea, o México é o grande destaque. Os mexicanos adquiriram 491 mil toneladas de arroz em casca entre janeiro e novembro, representando 25,6% do total embarcado pelo Brasil em 2022. Em seguida estiveram Senegal (291,34 mil t ou 15,2% do total), Venezuela (219 mil t ou 11,4%), Cuba (133,57 mil t ou 7%), Costa Rica (102,95 mil t ou 5,4%) e Peru (92,83 mil t ou 4,8% do volume total). Outros 97 destinos absorveram 30,5% das exportações brasileiras neste ano.

Os principais tipos exportados em 2022 foram o arroz em casca (paddy), correspondendo a 47,3% do total. Na sequência, os quebrados (27,6%), branco polido (16,7%), parboilizado (4,7%) e o descascado ( cargo ou integral) com 3,6% do volume.

IMPORTAÇÕES

Enquanto isso, do lado das importações, no acumulado de 2022, chegaram aos portos e indústrias brasileiras 1,11 milhão de toneladas de arroz (base casca). Paraguai, Uruguai e Argentina seguiram liderando os envios e respondem, juntos, por 99,2% do total neste ano. Itália, Tailândia, Portugal, Paquistão, Vietnã, Espanha, Índia, Estados Unidos, Japão e Camboja também exportaram o cereal para o consumidor brasileiro em 2022, segundo a Secex, em especial para alta culinária e/ou culinária étnica. Destacam-se os arrozes para risoto, paella, aromáticos e para sushi.

Dentre os principais tipos de arroz adquiridos pelo Brasil no acumulado deste ano estiveram o branco, com 56,3% do total; o descascado (cargo ou integral), com 29,8%; quebrados, 4,5%; em casca (paddy), 4,1% e outros tipos semibranqueado ou branqueado, não parboilizado, com 3,5% do total.

SUPERÁVIT

Com exportações superando as importações na parcial de 11 meses deste ano (até novembro), a balança comercial é superavitária em 797,83 mil toneladas, contra 49,97 mil toneladas no mesmo período de 2021.

Em termos de valores, as receitas dos embarques superam em 325 milhões de dólares os gastos com as importações em 2022. Vale lembrar que, no mesmo período de 2021, as despesas com as aquisições estiveram 6,31 milhões de dólares abaixo da receita das exportações.

NOVEMBRO

O Cepea ainda cita que, especificamente em novembro/22, as exportações do arroz em casca recuaram 58,7% frente ao embarcado no mês anterior, somando 159,76 mil toneladas. Em relação a novembro/21, por outro lado, o atual volume é seis vezes superior. Já as importações somaram 95,2 mil toneladas em novembro/22, avanços de 0,6% no comparativo mensal e de 54,6% no anual. Os dados também são da Secex.

Em novembro, exportadores nacionais receberam, em média, US$ 347,34/tonelada, o equivalente a R$ 91,75/saca de 50 kg FOB (Free On Board) pelo produto no porto de embarque. O valor médio FOB origem do arroz importado, por sua vez, foi de US$ 299,31/t, ou de R$ 79,07/sc de 50 kg. A média do dólar foi de R$ 5,28 no mês passado.

No âmbito internacional, os preços de exportação do arroz divulgados pela FAO (são considerados 21 valores do produto) aumentaram 2,32% entre outubro e novembro de 2022, passando para 114,6 pontos. Com relação a novembro/21, verifica-se forte alta de 14,71%.

A FAO aponta que, em novembro/22, o valor médio do arroz de exportação do Brasil foi de US$ 577,5/t (equivale a US$ 28,88/saca de 50 kg), 3,6% superior ao da Argentina (de US$ 557,50/t ou US$ 27,88/sc) e 1,4% acima do verificado no Uruguai (US$ 569,5/t ou de US$ 28,48/sc).

O professor Lucílio Alves, coordenador dos indicadores do Cepea, explica que se forem considerados os acumulados a cada 12 meses, o maior volume alcançado pelo Brasil seria entre junho de 2011 e maio de 2012, com a soma de 2,29 milhões de toneladas, equivalente casca, exportados. Mas, em ano civil, o maior já é 2022, com 1,91 milhão, volume que deve aumentar e passar de 2 milhões de t, tranquilamente até 31 de dezembro.

Em ano comercial, ou seja, entre março e fevereiro, o ano de maior exportação foi em 2011/12, quando chegou a 2,089 milhões. Ainda há chance deste volume também ser superado. Contudo, é importante lembrar que a Conab ajustou o seu ano safra (março/fevereiro) para ano civil (janeiro/dezembro), e isso ajustou todo o histórico do balanço de oferta e demanda.

A Abiarroz, no entanto, tem números diferentes daqueles divulgados pelo Cepea, e aponta 1,83 milhões de toneladas como o resultado final dos embarques entre janeiro e novembro.

FUTURO

A line up do Porto de Rio Grande, prevê 57 mil toneladas de arroz, em base casca, a serem embarcadas para o exterior em dezembro, mas alguns barcos não foram, ainda, nomeados. Os contêineres não são computados neste cálculo. Mas, a expectativa do setor é de que o Brasil consolide pelo menos 120 mil toneladas exportadas no presente mês. Além disso, há mais 60 mil toneladas projetadas para embarque em janeiro e 35 mil para fevereiro. No entanto, também nestes casos, a expectativa é de que os embarques marquem números próximos de 150 mil toneladas. (*Com Cepea/Esalq)

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter