Fartura mundial

 Fartura mundial

Estoques e produção
mundial de arroz não
param de crescer.

Na contramão de outros alimentos, cujos estudos de médio prazo indicam que poderá ocorrer escassez em algumas regiões do mundo nos próximos anos, o arroz vive um momento de fartura. Segundo a Agência para a Agricultura e Alimentação da Organização das Nações Unidas (FAO), a produção mundial em 2013 aumentará 1%, para 741 milhões de toneladas (494 milhões base arroz beneficiado), contra 734,7 milhões de arroz em casca em 2012, conforme análise do economista Patrício Méndez del Villar, do Cirad, da França. Este incremento, segundo ele, se deve às boas condições climáticas no Sul da Ásia. “Há aumento também na Oceania e na América do Sul”, estima.

Por outro lado, a FAO está prevendo que a produção será menor na América do Norte e na Europa Ocidental, respectivamente em 5% e 10%. Na África subsaariana, a situação é mista. Na África Ocidental e do Norte, a produção deve aumentar 5% este ano, enquanto na África austral, e especialmente em Madagascar, a produção baixaria 4% em função das más condições climáticas.

Em 2013, o comércio mundial registra queda de 2%, para 37,6 milhões de toneladas. Estas estimativas levam em conta a redução da demanda asiática, e isto, apesar da forte demanda de importação chinesa, entre 3 e 3,3 milhões de toneladas. As primeiras projeções para 2014 indicam um comercio estável, em 37,4 milhões de toneladas. Os estoques mundiais de arroz para final de 2012 alcançaram níveis históricos, a 161 milhões de toneladas, alta de 11% em relação a 2011. Em 2013, as estimativas indicam um novo recorde, de 174,5 milhões de toneladas, alta de 8%. As primeiras projeções para 2014 mostram novo incremento, para 180 milhões. Tais reservas representariam, assim, 36% da necessidade mundial, a mais alta relação observada nos últimos 10 anos.

PREÇOS
Em outubro, os preços mundiais marcaram tendências mistas, conforme a origem. Na Ásia, preços tailandeses e paquistaneses diminuíram novamente, enquanto vietnamitas mostraram mais firmeza devido às boas perspectivas comerciais com China e Filipinas. Nos Estados Unidos e no Brasil, os preços se mantiveram estáveis. O comércio mundial foi mais ativo em outubro. Não obstante, a demanda mundial deve manter-se estável graças ao aumento da produção nos grandes países produtores e consumidores e ao aumento dos estoques, que quase dobraram em cinco anos. Em outubro, o índice Osiriz/InfoArroz (IPO) se manteve estável, em 209,7 pontos (base 100 = janeiro 2000), contra 209,2 pontos em setembro. No início de novembro, o índice se manteve em torno de 210 pontos.

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