Fertilizantes: pode parecer clichê, mas 2024 será um ano desafiador
(Por Jeferson Souza, analista Agrinvest Consutoria) Mesmo existindo diferentes formas de analisar as importações de fertilizantes no Brasil, sempre que sai o número consolidado do MDIC, eu gosto de “dar uma olhada” apenas para confirmar alguns valores.
No ano passado, tivemos grandes volumes importados no Brasil. O mais representativo é o KCl. De janeiro a dezembro de 2023, desembarcaram nos principais portos brasileiros mais de 13,5 milhões de toneladas do fertilizante.
Falando em valores, segundo o Ministério, se somarmos apenas os principais fertilizantes usados no Brasil, o montante financeiro gasto para as importações em 2020 era de 6,8 bilhões de dólares. Já em 2022, esse valor saltou para 20,4 bilhões de dólares, ou seja, estou falando de um aumento de 200% em dois anos.
É claro, não podemos deixar de mencionar que o ano de 2022 foi totalmente “outlier”. Os preços dos fertilizantes estavam muito destoados da realidade.
No entanto, se pegarmos o que tivemos no ano passado, veremos que o montante financeiro foi de US$ 12,8 bilhões (considerando os principais fertilizantes importados). Portanto, de 2020 a 2023, o crescimento foi de 88%.
Para o ano de 2024, teremos que analisar cuidadosamente o quadro de oferta e demanda de fertilizantes no Brasil. Quero pensar que veremos um cenário melhor para os produtores rurais nos meses que virão. Todavia, com a “fotografia” atual, pensando em rentabilidade, o que temos não é nada satisfatório. Isso implica diretamente em investimentos e projetos futuros. E digo mais, o que vivemos no agro influencia o crescimento do nosso país.
Portanto, pode soar até mesmo como clichê, mas certamente o ano de 2024 será um tanto quanto desafiador!