Foi dada a largada!

 Foi dada a largada!

El Niño: sem trégua para a orizicultura

Lavoura gaúcha enfrenta restrições ao crédito,
altos custos e clima. Mas segue na batalha!
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Abre-se novo ciclo de produção na lavoura de arroz do Rio Grande do Sul, estado responsável por praticamente 70% da safra brasileira. E novamente com grandes dificuldades para uma parte significativa dos produtores. Em geral, o clima – afetado pelo mau humor do fenômeno El Niño – é adverso, com chuvas intensas que provocaram enchentes nos principais rios e arroios das regiões arrozeiras e inundaram lavouras. Uma parte do plantio, ainda não contabilizada pelos organismos oficiais, foi perdida e precisará ser replantada.

Até o final de outubro, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) trabalhava com a expectativa de que pouco mais de 30% da lavoura gaúcha havia sido plantada. No entanto, estes dados não consideravam as perdas das enchentes. A expectativa quanto ao clima é de que o excesso de chuvas continue até janeiro pelo menos, o que pode contribuir para a dificuldade de aplicação de insumos, o manejo de irrigação, o atraso na semeadura e demais operações da lavoura, refletindo também na produtividade e na qualidade dos grãos.

O Irga estima que a superfície semeada com arroz no território gaúcho poderá alcançar 1.083.638 hectares, de acordo com a intenção de plantio que apurou. Por causa do clima adverso, a área poderá ser ligeiramente menor, com perdas pontuais. Mas a produção estimada fica entre 8 milhões e 8,5 milhões de toneladas, não muito distante do resultado obtido na temporada 2014/15.

As perdas em produtividade poderão acontecer por causa da alta dos custos de produção, especialmente nos casos da energia – combustíveis e energia elétrica – e da mão de obra, da baixa rentabilidade – ou prejuízos – acumulada ao longo do primeiro semestre do ano comercial pelos rizicultores e das restrições de crédito a uma parte dos agricultores. Isso leva a uma menor aplicação de tecnologias – especialmente insumos – e redução da mão de obra ao limite, o que pode atrasar as operações de manejo e resultar no menor rendimento por área cultivada.

CONAB
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica a previsão de uma queda entre 1,8% e 3,5% na área semeada nas zonas orizícolas gaúchas, de 1,12 milhão de hectares na temporada 2014/15 para um número entre 1,08 milhão e 1,10 milhão de hectares. A produtividade, pelas razões já expostas, também deve ser menor em 2,6%, caindo de 7,7 mil para 7,5 mil toneladas. Projeta, também, o volume total da safra recuando de 8.624,8 mil toneladas para um número aproximado entre 8.106,8 mil (-6%) e 8.249,3 mil toneladas (-4,4%).

On-line
No fórum do site www.planetaarroz.com.br, muitos produtores discordam dos números oficiais. Acesse e veja o que pensam os arrozeiros sobre os indicativos de safra e opine!

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