Garantia de futuro

 Garantia de futuro

Grupo de cientistas e técnicos responsável pelo BAG

Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Arroz e Feijão, o maior
do país, faz 40 anos
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 Se no prato do brasileiro o arroz com feijão é indispensável na maior parte de suas refeições, é preciso manter lá na base da produção sementes e variedades que permitam assegurar a segurança alimentar. O Banco Ativo de Germoplasma de Arroz e Feijão (BAG) da unidade da Embrapa Arroz e Feijão em Santo Antônio de Goiás (GO) é o maior do Brasil e completou recentemente seus 40 anos de atividade. Atualmente seu curador é o pesquisador Paulo Hideo Nakano Rangel, melhorista da Embrapa. Um grupo aproximado de 15 técnicos e cientistas trabalha diretamente com a manipulação, conservação, coleta, multiplicação e reprodução dos acessos (sementes).

Segundo Rangel, a história do BAG Arroz e Feijão confunde-se com a própria história do Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão (CNPAF), hoje Embrapa Arroz e Feijão. “O BAG Arroz e Feijão foi criado junto com o CNPAF em 1975, apenas um ano após a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). As atividades com arroz (Oryzaspp.) foram iniciadas em 1976 e posteriormente com feijão (Phaseolusspp.) e caupi (Vignaspp.)”, relata.

Em 2009 foi iniciada uma ampla reforma na infraestrutura do BAG Arroz e Feijão. Esta reforma foi consolidada em 2010 com a criação pela diretoria da Embrapa do Programa AgroVerde, que possibilitou investimentos em infraestrutura para a modernização do banco. Hoje, aos 40 anos de existência, este banco possui uma capacidade de conservação ex situ de cerca de 90 mil acessos em uma infraestrutura que conta com câmara fria e seca (12ºC e 25% UR), casas teladas para multiplicação eficiente e segura de germoplasma, telados de campo para caracterização morfológica e agronômica e áreas de campo específicas para condução de pesquisas com recursos genéticos de arroz e feijão.

Além disso, todo o acervo do BAG encontra-se armazenado na plataforma Alelo Recursos Genéticos (http://alelobag.cenargen.embrapa.br/), que permite tanto o gerenciamento interno dos dados quanto a consulta, pela comunidade externa, de informações de passaporte dos acessos disponíveis para intercâmbio. Atualmente o BAG Arroz e Feijão é considerado o melhor banco da Embrapa e um dos melhores do Brasil e da América Latina.

O Banco de Germoplasma de Arroz (BAG Arroz) conta com um acervo altamente representativo de cerca de 30 mil acessos oriundos de 110 países. Este banco desempenha um papel estratégico na nossa agricultura por atuar na conservação, disponibilização e uso da ampla diversidade genética desta espécie. “Esta diversidade é fundamental para o desenvolvimento de uma agricultura mais produtiva e sustentável e para alimentar os programas de melhoramento genético com novos alelos para a manutenção dos ganhos genéticos ao longo das gerações”, explica Paulo Hideo Nakano Rangel.

USOS
Os recursos genéticos conservados nos bancos de germoplasma podem ser utilizados em atividades de pré-melhoramento que, entre outras atividades, incluem o desenvolvimento de estoques genéticos, como coleções nucleares temáticas, populações de linhagens puras recombinantes (RILs – recombinant inbred lines) e linhagens derivadas de cruzamentos amplos entre a espécie domesticada e parentes silvestres.

Uma das principais atividades de pesquisa do banco de arroz é o melhoramento genético preventivo, que consiste no desenvolvimento de linhagens com genes de resistência a organismos quarentenários de alto risco para a agricultura brasileira. Estes são os casos da Xanthomonas oryzae pv. oryzae (bacteriose), que é causada por uma bactéria que afeta a qualidade dos grãos, depreciando o seu valor comercial. Esta doença ocorre em países vizinhos, como Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela, além de vários países da América Central, e não existe relato de ocorrência no Brasil. Utilizando fontes de resistência disponíveis no BAG Arroz foi conduzido um programa de melhoramento preventivo que culminou com o desenvolvimento de várias linhagens resistentes a esta doença.

Câmara de armazenamento garante conservação e viabilidade dos acessos

 

QUESTÃO BÁSICA

O BAG Arroz fornece germoplasma às mais diversas instituições de pesquisa do Brasil e de outros países. Até o ano de 2014 foram enviados 1.608 acessos a instituições nacionais de pesquisa e universidades brasileiras e 1.793 acessos a instituições internacionais de pesquisa como o Irri (540 acessos), Ciat (20 acessos), Usda (540 acessos) e China (150 acessos). Em 2012 foram enviados 543 acessos da coleção nuclear de arroz da Embrapa para o Svalbard, banco mundial de sementes localizado na Noruega, para preservação. Paulo Hideo Nakano Rangel é o curador do BAG.

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