Garantia mundial

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Colheita recorde em
2016 encolheu o mercado global, mas ele deve
reagir em 2017

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O aumento de áreas cultivadas no sul da Ásia, beneficiado por boas condições climáticas para obter altas produtividades, fez com que a produção mundial de arroz marcasse o nível recorde de 748 milhões de toneladas em casca em 2016 segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO/ONU). O volume equivale a 496,7 milhões de toneladas métricas de arroz beneficiado. O aumento foi de 1,1% frente as 739,7 milhões de toneladas em casca obtidas em 2015. A expectativa é de que a produção global cresça ainda mais para 2017, registrando um novo recorde, apesar dos problemas climáticos e comerciais em parte dos países produtores e consumidores.

O analista de mercado global de arroz Patricio Méndez del Villar, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), de Montpellier, na França, informa que já no sudeste asiático os resultados foram medíocres, especialmente na Indonésia, Malásia e Vietnã. O pesquisador e economista edita um informativo mensal sobre o comportamento da produção e do mercado internacional.

Ele relata que na África a safra foi positiva em quase todo o continente, exceto nas regiões ao sul, onde as culturas enfrentam dificuldades devido à seca causada pelo fenômeno climático El Niño. “A anomalia climática também afetou a produção na América Latina e no Caribe. No entanto, as colheitas no Mercosul devem melhorar significativamente nesta temporada”, enfatiza. “Também na América do Norte a produção se recuperou graças ao aumento das áreas de arroz e melhores rendimentos”, acrescenta.

COMÉRCIO
Em 2016, o comércio mundial caiu 6%, para 42 milhões de toneladas em base casca, segundo a FAO. “Esta é a segunda queda consecutiva devido à contração da demanda asiática e à relativa estabilidade da demanda africana”, explica Patricio Méndez del Villar. “Do lado da oferta promovida por países como Índia, Tailândia, Vietnã e Estados Unidos, estes serão afetados por uma redução nas exportações. Apenas o Paquistão deve ver suas vendas aumentadas”, prevê. Ainda assim, de acordo com as últimas previsões dos organismos internacionais, o comércio mundial em 2017 poderá aumentar em 2,1%, para 42,9 milhões de toneladas métricas de arroz. Isso porque apesar das safras maiores, o consumo também vem aumentando, mesmo que vegetativamente.

Este cenário deverá estabelecer que os estoques mundiais de arroz em 2016 registrem queda de 0,4%, para 170,3 milhões de toneladas do cereal em casca. “É o segundo ano de redução. Ainda que seja pouco significativa, essa contração afetará principalmente a Índia e a Tailândia, países nos quais as autoridades procuram reduzir estoques públicos. No entanto, os estoques globais permanecem em um nível confortável, equivalente a um terço do consumo mundial, o que garante o abastecimento normalizado ao longo de 2017”.

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