Hegemonia do Sul
Com 86,6% da área total de lavouras de arroz no país, os cinco maiores estados arrozeiros representam 92,1% da produção nacional do grão, ou seja, os demais 22 estados, considerando o Distrito Federal e a Bahia, que segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não cultiva nem um pé de arroz, representam 13,4% da superfície plantada e menos de 8% da safra colhida.
Entre os estados arrozeiros, ninguém chega perto da hegemonia do extremo sul brasileiro. O Rio Grande do Sul planta 56% da área e colhe 70% do volume total produzido no Brasil. É seguido por Santa Catarina, com 144 mil hectares de superfície semeada e uma colheita estimada em quase 1,1 milhão de toneladas, o que corresponde a 10,3%. Ou seja, juntos os dois estados representam 80% da produção nacional.
Depois do Paraná ter aparecido entre os cinco maiores em 2017/18, o Maranhão recuperou sua quinta colocação, retomando área graças às roças de vazantes e a expansão do cultivo irrigado com variedades desenvolvidas especialmente para a região. Os preços do ano fizeram a diferença. Mesmo representando 5,5% da área nacional, é um estado em que boa parte das lavouras ainda são de sequeiro, direcionadas à subsistência e de baixa tecnologia, o que derruba a produção para 145,4 mil toneladas, ou seja, um rendimento inferior a 1,6 tonelada por hectare.
GIGANTE DO NORTE
O terceiro grande produtor brasileiro é o Tocantins, no Norte do país, com 121 mil hectares e quase 620 mil toneladas. Trata-se de um importante e estratégico fornecedor para o Brasil Central, Norte e Nordeste, mas sofre com problemas como a brusone e a infestação de pragas por causa do clima tropical.
O sistema de cultivo é similar ao do Sul do Brasil, com arroz irrigado em rotação com soja semente, feijão e até melancia. Semeia 7% da área nacional e colhe 5,8% da safra, por causa de uma produtividade menor nas zonas de arroz sequeiro.
Terras Altas
O Mato Grosso, que chegou a ser terceiro maior produtor do país, com quase 2 milhões de toneladas do grão, foi superado pelo Tocantins e mantém sua quarta posição. Representa 9% da área plantada, nos seus 151,7 mil hectares (ampliado em 25% nesta temporada) em duas safras, sendo a segunda – após a soja – irrigada.
A produção prevista nesta temporada cresce 27%, para 492,5 mil toneladas, ou 4,6% da colheita nacional. O cultivo em terras altas derruba a produtividade, que fica em torno de 3.247.
Todos os estados fora do Sul do Brasil têm dificuldades para alcançar um percentual de inteiros acima de 58%, e o mercado é de sacas de 60 quilos com referência de 55%, acima, de inteiros (ou 55×13). O fator climático e a falta de cultivares adaptadas afetam o padrão do grão, embora alguns produtores, com uso maior de tecnologias, alcancem resultados muito similares aos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
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