Lições de 2019

 Lições de 2019

Preços em trajetória de
alta se devem ao
estoque ajustado e bom volume de exportações

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 O mercado gaúcho de arroz em casca atravessou 2019 com preços internos em patamares relativamente firmes, devido aos poucos estoques nacionais e ao bom desempenho das exportações brasileiras. Como maior produtor nacional, com cerca de 70% da produção, o comportamento do Rio Grande do Sul refletiu nos demais estados do país, segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (Esalq/USP), que mantém um indicador de preços diários em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

A produção interna foi menor nesta temporada, diante da redução no cultivo – vale lembrar que os preços caíram no segundo semestre de 2018. Já, segundo os pesquisadores, no primeiro semestre de 2019, os valores internos oscilaram, com queda nos três primeiros meses, devido à retração de parte das beneficiadoras que aguardavam o aumento da oferta no pico de safra. Além disso, os analistas do Cepea indicam que houve pressão dos setores atacadistas e supermercadistas dos grandes centros consumidores por causa da chegada da temporada 2018/19 no Rio Grande do Sul.

No segundo trimestre, por outro lado, compradores estiveram mais ativos, visto que estava consolidada uma safra menor e também precisavam renovar seus estoques, contexto que elevou as cotações no período. Os valores seguiram em alta no segundo semestre, atingindo o maior patamar desde 2017, em termos nominais.

Este cenário esteve atrelado à necessidade de indústrias de atender contratos de exportação e à postura recuada de produtores, que, por causa dos custos de produção elevados, decidiram segurar a oferta. O pouco volume remanescente em estoque e as incertezas quanto às condições climáticas também ajudaram a sustentar os preços no período. No acumulado do ano, o Indicador Esalq/Senar-RS, 58% de grãos inteiros, subiu 19,62%, fechando a R$ 48,04/sc de 50 kg no dia 30. A média anual, de R$ 43,51/sc de 50 kg, registrou alta de 9,3% frente a de 2018 (R$ 39,80/sc de 50 kg), em termos nominais.

INDUSTRIAL
De janeiro até novembro, no comparativo com o mesmo período do ano anterior, o beneficiamento e as vendas de arroz somaram 6,78 milhões de toneladas, segundo dados do Irga (Instituto Rio Grandense de Arroz). Na parcial do ano-safra (entre março e novembro), as negociações totalizaram 5,58 milhões de toneladas, 4,26% abaixo da quantidade registrada no mesmo período do ano anterior.

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