Maior da história

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Produção mundial deve superar o teto histórico em arroz

O aumento de área e uma condição climática mais favorável do que sob o fenômeno climático El Niño devem elevar a produção mundial de arroz para um recorde. As primeiras estimativas da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO/ONU) são de que, em 2024, deve-se registrar um novo aumento na produção mundial, superando o teto histórico para 805,6 milhões de toneladas (Mt), o que representa 534,9 Mt base beneficiado.

Segundo relatou o economista Patrício Méndez del Villar, do Centro Francês de Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento Internacional (Cirad), de acordo com as estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2023 melhorou 1%, para 798,5 Mt (530,1 Mt base beneficiado), contra 791,5 Mt em 2022. Tal aumento é resultado das boas colheitas na Ásia, na África e na América do Norte.

No Paquistão, a produção aumentou 30%, o que compensou parcialmente as reduções na Índia, Tailândia e China. Nos Estados Unidos, a produção se recuperou expressivamente em 37%, retornando ao seu nível de 2021. E deve crescer ainda mais em 2024. Em contraste, a produção do Mercosul diminuiu novamente devido às más condições climáticas. Em 2024, as primeiras projeções indicam uma recuperação substancial em área e produtividade nos quatro países produtores do Mercosul, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o que fortalecerá a tendência de novo aumento produtivo global.

Comércio global encolheu

O comércio mundial de arroz em 2023 caiu 6%, para 52,9 milhões de toneladas (Mt), contra 56,4 Mt anteriormente. A queda se deve principalmente à redução das importações chinesas, mas também ao aumento da produção em algumas regiões deficitárias, especialmente na África, no Oriente Médio e no Sul da Ásia. Além disso, a decisão da Índia de proibir as exportações de arroz branco não basmati contribuiu para amplificar a redução do comércio mundial. O forte aumento dos preços mundiais, devido, em grande parte, a essas restrições, obrigou alguns países importadores a adiar e/ou reduzir sua demanda junto aos fornecedores internacionais.

No entanto, parte da diminuição das exportações indianas foi compensada por Tailândia e Vietnã, ambos registrando aumentos significativos de 15% nas vendas externas em 2023, enquanto as exportações indianas, somando todas as categorias, diminuíram 20%.

Em 2024, o comércio mundial poderia se contrair novamente em 3,4%, para 51,2 Mt. Em contraste, as primeiras projeções para 2025 indicam uma recuperação de 4%, para o volume transacionado entre países, para 53,2 Mt. Permanecerá, ainda, abaixo do nível recorde de 56,4 Mt em 2022.

ESTOQUES

Segundo os dados da FAO, os estoques mundiais de arroz se mantiveram estáveis ao fim de 2023, em 195,8 Mt, contra 195,4 Mt em 2022, representando 37% das necessidades de consumo mundial. Patrício Méndez del Villar, do Cirad, explicou que, em 2023, os estoques chineses voltaram a diminuir para compensar a estagnação produtiva e a queda das importações. “Entretanto, os estoques chineses seguem abundantes, correspondendo a 70% do consumo doméstico anual e 50% dos estoques mundiais”, observou.

Na Índia, as existências teriam aumentado em 4%, em parte, devido às restrições de exportação. As disponibilidades nos principais países exportadores teriam atingido 57,5 Mt em 2023, representando 30% dos estoques mundiais. Em 2024, projeta-se que os estoques globais cresçam 2%, atualmente estimados em 199,5 Mt, até aumentarem novamente em 2025 para 204,9 Mt. No entanto, seguirão em mais de 70% concentrados na China e na Índia.

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