Maior que o necessário, menor que o esperado

 Maior que o necessário,  menor que o esperado

Colheita nacional: produtividade elevou os resultados acima do esperado

Conab prevê safra de arroz 2020/21 em 11,61 milhões/t

O Brasil deverá colher, segundo prognóstico de maio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2020/21, 11,61 milhões de toneladas de arroz, volume 3,9% maior do que colheu na safra anterior. A área, como previsto depois dos preços recordes de 2020, aumentou, mas não tanto quanto era esperado. Deverá confirmar-se em 1,687 milhão de hectares, ou incremento de 1,3% em relação à temporada anterior.

No sul do país, que responde por pouco mais de 82% da colheita total, ela já está concluída e apresenta comportamentos diferentes. Enquanto o Rio Grande do Sul foi favorecido pelo clima e está colhendo um recorde de produtividade, Santa Catarina teve excesso de chuvas no florescimento e no primeiro corte, e isso afetou o rendimento por área.

De maneira geral, o Brasil deverá colher uma safra muito boa, tanto em qualidade quanto em produção e preços, ao menos no primeiro semestre. O resultado da colheita é maior do que o necessário para abastecer o país, que consumirá 10,8 milhões de toneladas segundo o organismo federal, mas a cadeia produtiva tem ampliado sua inserção nos mercados mundiais e um excedente exportável tem se tornado regra, em que pese a tradicional importação do Mercosul, que, em geral, se aproxima de 1 milhão de toneladas.

A previsão é de uma recomposição dos estoques e uma entrada, em 2022, com o segundo maior estoque em oito anos: 2,21 milhões de toneladas (base casca). Vale enfatizar que a Conab mudou o critério de indicação dos estoques finais, que agora levam em conta a posição em 31 de dezembro – no ano civil – e não mais em 28 de fevereiro, no ano safra.

A Conab estima que o aumento da safra brasileira 2020/21 é reflexo, em especial, das estimativas de incremento da produtividade (+2,6%). Outro fator preponderante é a área, que aponta para uma menor expansão (+1,3) do que inicialmente previsto. Como principais fatores da expansão mais tímida do que o esperado, apesar do elevado patamar de preços, destacam-se a falta de água em algumas regiões do Rio Grande do Sul no plantio e pré-plantio e elevadas cotações de outros grãos que competem por área com a cultura do arroz (soja e milho) em boa parte do país.

Fique de olho
O levantamento da Conab, em maio, ratifica a região sul como maior produtora de arroz do país, com produção estimada em 9,541 milhões de toneladas (82,2% do total). A segunda região mais expressiva é a norte, com 1,06 milhão de toneladas em 236,4 mil hectares. O peso está na presença do terceiro maior produtor, o Tocantins, de Rondônia e do Pará, que integram o top nove. Maranhão e Piauí representam o nordeste entre os 10 maiores e Mato Grosso e Goiás, o centro-oeste. O sudeste perdeu área para soja, milho e cana-de-açúcar e as 11,6 mil toneladas produzidas nos quatro estados equivalem a menos de meia carga dos navios que saem quase que semanalmente do Porto de Rio Grande.

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