Mais arroz no planeta

 Mais arroz no planeta

Produção mundial
será recorde em 2011.
Estoques em alta.

A produção mundial de arroz alcançará novo recorde no ano safra 2011/12, segundo dados da FAO. A expectativa, conforme Concepción Calpe, economista sênior do Grupo Intergovernamental do Arroz, da FAO, é de um crescimento de 3% na produção mundial 2011/12, alcançando 720 milhões de toneladas em casca, ou 481 milhões de toneladas beneficiadas. Em 2010/11, o mundo produziu 700 milhões de toneladas de arroz em casca, ou 467 milhões de toneladas de arroz branco, volume 2,4% maior do que o ciclo 2009/10.

A alta produtiva é associada ao aumento de áreas, que já soma 162 milhões de hectares. A ampliação ocorre especialmente em países como China, Índia, Indonésia e Bangladesh, líderes do ranking e responsáveis por dois terços da produção mundial. Espera-se que o comércio internacional tenha estabilidade, em 35,6 milhões de toneladas, depois de crescer 6% em 2010/1, de 31,5 milhões de toneladas para 33,5 milhões (base beneficiado).

ESTOQUES

Os estoques internacionais devem ter um aumento de 7,8%, chegando a 148 milhões de toneladas, ou 33% das necessidades mundiais. Para 2011, a disponibilidade é de 137,3 milhões de toneladas, com alta de 3,7% sobre as 132,3 milhões de toneladas de 2010. Na oportunidade, já houve um incremento de 4,6% sobre os estoques de 126,5 milhões de toneladas de 2009. Os volumes de safra e de estoques, bem como o mercado internacional ajustado, fazem prever preços entre a estabilidade e a depressão de valores no mercado mundial em 2011/12, mas sujeitos a circunstâncias localizadas e interferências da política cambial ou estratégia comercial e alimentar dos grandes atores do mercado global, principalmente asiáticos.

Redução

Enquanto o mundo deve colher mais arroz, o Mercosul, que teve uma safra recorde em 2010/11, incluindo a produção brasileira, deve apresentar um recuo. A intenção de plantio divulgada pelo governo uruguaio e pela Associação de Cultivadores de Arroz (ACA) aponta para uma redução de 7,7% da área a ser cultivada naquele país, caindo de 195 para 180 mil hectares. No ano passado, o Uruguai produziu 1,66 milhão de toneladas, com rendimento médio de 8,51 toneladas por hectare. A falta de água para irrigação e os preços baixos farão com que os produtores excluam as áreas de baixo potencial produtivo, ajustando sua oferta ao mercado em busca de melhores preços. A semeadura está atrasada frente ao ano passado. Só 30% da área estava concluída até 21 de outubro.

Na Argentina, o governo federal estima uma redução de 5,4% da área, principalmente em razão das dificuldades de comercialização e do clima. O país deve cultivar 245 mil hectares na safra 2011/12, contra 259 mil em 2010/11. A produção foi de 1,7 milhão de toneladas de arroz em casca, de acordo com o relatório da Bolsa de Cereais do país. A queda de área, para alguns analistas, pode ser menor, entre 2% e 3%. No Paraguai, a expectativa é de um aumento de 10% na área cultivada, dos 55 mil hectares da safra passada para 60,5 mil hectares. No ano passado, o Paraguai colheu 245 mil toneladas do cereal, das quais quase 200 mil foram enviadas para o mercado brasileiro. A estimativa do setor é de que a produção supere 260 mil toneladas em 2011/2012.

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