Mercado do arroz é pressionado pela intensificação da colheita e maior oferta
(Rodrigo Ramos, Agência Safras) O mercado brasileiro de arroz segue pressionado pela intensificação da colheita e pelo aumento da oferta. No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, aproximadamente 10% da área já foi colhida, enquanto, no país, os trabalhos ultrapassam 14% da área estimada.
“Esse avanço reforça a tendência baixista das cotações no curto prazo, uma vez que muitos produtores necessitam vender para gerar fluxo de caixa, enquanto compradores mantêm postura cautelosa, sem pressa para novas aquisições”, explica o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
Os preços seguem recuando tanto no mercado do casca quanto no varejo. O preço médio do pacote de 5 quilos apresenta queda nas gôndolas, com marcas comerciais sendo encontradas entre R$ 22,00 e R$ 25,00, enquanto as marcas nobres seguem variando entre R$ 28,00 e R$ 32,00. “Esta redução pode impulsionar um fortalecimento da demanda interna, especialmente diante da pressão inflacionária sobre outros itens da cesta de consumo”, pondera o analista.
Ainda assim, o mercado segue na expectativa de um avanço mais expressivo das exportações, visto que o escoamento da produção será fundamental para equilibrar oferta e demanda e evitar um prolongamento da pressão baixista sobre as cotações. Para Oliveira, o cenário internacional pode trazer novas oportunidades.
Recentemente, os Estados Unidos impuseram tarifas de 25% sobre produtos importados do México e Canadá, o que pode levar o México – um dos maiores importadores de arroz norte-americano – a buscar fornecedores alternativos. “Nesse contexto, o Mercosul surge como um potencial substituto, dada sua produção robusta e capacidade de atender essa demanda”, pondera o consultor. “Caso esta janela se concretize, pode haver um alívio nas cotações no médio prazo”, projeta.
A média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) encerrou a quinta-feira (6) cotada a R$ 88,37, queda de 3,97% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia um recuo de 11,39%. E 13,03% inferior ao mesmo período de 2024.