Mercado do arroz tem estoques praticamente zerados

 Mercado do arroz tem estoques praticamente zerados

Rice harvest on Elverta east of Highway 99, Thursday, November 5, 2015. Photo Brian Baer

(Por BBM) Após a largada para o início do trabalho das máquinas no campo, marcada pela Abertura Oficial da Colheita do Arroz ocorrida em Capão do Leão (RS) na última semana, o mercado observa acomodação nos preços e estoques baixíssimos, ou, “praticamente zerados”, como definiu Ovidio Ferronato, sócio-fundador da Mercado Corretora, associada à Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM). “O governo federal tem no máximo 30 mil toneladas de produto, oriundo de agricultura familiar, enquanto na mão de produtores e indústria deve haver um estoque em torno de 200 a 300 mil toneladas da safra 22/23”, calculou ele.

Com preços atuais de R$ 100,00 a saca no Rio Grande do Sul para safra que está se iniciando e de R$ 110,00 a saca para a safra 22/23, a tendência, segundo Ferronato, é de estabilidade no curto prazo. “Acredito que o valor irá permanecer na casa dos R$ 100,00 pelo fato de que o Porto de Rio Grande está pagando este preço para o arroz novo”, explica.

A saca no Porto apresenta queda de 10% no acumulado do mês. “O que se precisa para ‘segurar’ os preços são exportações, assim, tem-se um indicador de preço, e o mercado interno tem que se adequar com o mercado externo. Foi o que aconteceu no ano passado”, lembrou. Já em Santa Catarina, o arroz pode ser encontrado por R$ 95,00 a saca de 50 quilos.

Até o momento, o Rio Grande do Sul, maior produtor nacional de arroz, tem 2% da safra colhida. “Nós tivemos muitos problemas de clima e plantio fora de época o que, possivelmente, poderá resultar em alguma quebra de safra e isto também pode influenciar nos preços. Mas as exportações terão o peso maior nesse sentido”, resumiu. O último Levantamento de Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou que a produção de arroz no país deve atingir 10,8 milhões de toneladas este ano, volume 7,6% acima da produção da safra anterior.

O corretor aposta que o Brasil terá grandes chances de exportação para mercados como América Central e México, que estariam preferindo, segundo ele, a qualidade de grãos nobres. “Já as importações ocorrem tradicionalmente por parte de indústrias do centro-oeste do Brasil que gosta muito de comprar o arroz do Paraguai e Uruguai pela localização geográfica”, explanou.

Caso as previsões se concretizem, 2024 deverá apresentar um cenário muito parecido com o de 2023. No ano passado, as importações brasileiras de arroz atingiram 1,4 milhão de toneladas, alta de 3,6% em relação ao ano anterior. Enquanto as exportações brasileiras totalizaram 1,73 milhão de toneladas de acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz). O volume representa queda de 13% frente a 2022.

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