Momento delicado

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Lorga: é hora de investir na qualidade do arroz do Mato Grosso

Indústria do MT quer qualidade e matéria-prima para todo o ano.

Momento delicado. É dessa forma que o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Alimentação do Estado do Mato Grosso (Siamt), Marco Antonio Lorga, analisa o mercado de arroz internamente e em todo o país. De acordo com Lorga, a crise no estado ainda é mais acentuada porque além do excedente de produção no Brasil, o Mato Grosso vinha com um estoque de passagem baseado em sobras de produto de baixa qualidade da safra anterior. “É um momento sério para nós e de muita reflexão. É hora de olhar o futuro, ver as perspectivas e aprender com erros do passado”, ponderou. 

O superabastecimento da região Sudeste pelo Sul do país também é motivo pelo qual as indústrias de Mato Grosso passam por sérias dificuldades. O Sudeste é uma das regiões para onde o estado mais exporta o cereal. “No segundo semestre temos a dificuldade de manter a qualidade do arroz. Já o arroz do Sul é de qualidade o ano todo”, frisa. Por esse motivo, o sindicato e as indústrias arrozeiras mato-grossenses trabalham no sentido de corrigir o problema, aliando pesquisa (melhoramento de sementes), indústria e produtor. 

PARCERIA – Em 2005, o sindicato e empresários do setor foram pessoalmente à sede da Embrapa Arroz e Feijão, em Goiás, para buscar uma parceria no sentido de aportar tecnologia e qualidade ao sistema de produção de arroz do Mato Grosso. Um processo de cooperação foi deflagrado e os primeiros resultados já estão sendo colhidos com realização de palestras e testes, pelas indústrias, em amostras de novas variedades de arroz desenvolvidas pela Embrapa. 

Marco Antonio Lorga não acredita que o mercado do arroz se recupere antes do segundo semestre de 2006. Segundo ele, o baque foi muito forte e isso traz reflexos para a próxima safra, por meio dos estoques de passagem. Só no Mato Grosso, estima que restarão cerca de 600 mil toneladas para o próximo ano. A redução do plantio no estado é outro ponto que ele destaca como muito importante para evitar crises como essa.

Questão básica
CULTIVAR
– Marco Antonio Lorga, do Siamt, considera que não basta o estado reduzir a área plantada. É necessário buscar qualidade, plantando mais arroz longo fino, que o mercado demanda, e cada vez menos grão tipo longo (Cirad). A expectativa para a próxima safra é que cresça em 30% o plantio de arroz longo fino. Na última safra, a proporção foi de 40% (longo fino) e 60% (longo). “A cadeia produtiva eficiente tem que ter: qualidade, produtividade e lucro. Não adianta produzir muito, sem qualidade e sem obter lucro”, afirmou. Com a redução do arroz tipo longo, as indústrias poderão trabalhar com mercadoria de boa qualidade, que é uma exigência do consumidor. “Assim, haverá uma afirmação do nosso arroz no cenário nacional pela qualidade”, conclui.

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