Na medida do possível

Clima e avanço urbano são fatores que mais afetaram safra em SC

No mês de junho foi oficialmente encerrada a safra de verão do estado de Santa Catarina e, comparativamente à safra anterior, nota-se uma redução da área plantada de arroz em aproximadamente 0,9%, ocorrida principalmente na Região Litoral Norte do estado e Alto Vale do Itajaí.

A economista do Cepa/Epagri, Gláucia Padrão, explicou que o fenômeno ocorre, em especial, pela conversão de áreas de arroz em áreas urbanas, bem como pela recorrência de eventos climáticos (excesso de chuva) na Região do Alto Vale, que impossibilitou o replantio de algumas áreas.

Segundo ela, a ocorrência de chuvas excessivas, baixa luminosidade, excesso de nebulosidade, dificuldade de execução de tratamentos fitossanitários e excesso de calor na floração, prejudicaram o desenvolvimento das lavouras e, à medida que a colheita avançou, foi se confirmando uma produtividade menor em relação à safra passada (-7,6%). Entre os principais problemas apontados pelos produtores, destaca-se a ocorrência de plantas daninhas e doenças, como a brusone, ambas ocasionadas pela dificuldade dos produtores em realizar as aplicações de defensivos no tempo certo por causa das chuvas, o que resultou em perdas de produtividade, principalmente no Litoral Sul e Alto Vale.

“No total do estado, a redução na produção foi de 8,41%, sendo mais intensa na região do Alto Vale do Itajaí (microrregiões de Rio do Sul e Ituporanga), que representa 6,85% do total do estado”, relatou a especialista. O Sul catarinense, maior região produtora, também apresentou redução significativa na produtividade, na ordem de 10%, em comparação com a safra anterior.

“Com isso, a produção estimada para o estado é de 1,158 milhão de toneladas, a ser absorvida pela indústria. A demanda restante deverá ser atendida pelo Rio Grande do Sul, apesar das perdas registradas naquele estado, e países do Mercosul”, explicou a analista.

Fique de olho
Em termos de área, pouco o estado de Santa Catarina poderá alterar a sua safra de arroz, mas com a expectativa do fenômeno La Niña de fraca intensidade e um clima mais favorável, os catarinenses esperam ótimas produtividades para a safra 2024/25.

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