Nova dimensão

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Rio Grande do Sul mantém hegemonia produtiva, apesar de reduzir a lavoura

Culturas alternativas, capital e tecnologias dão equilíbrio ao arroz

 

Responsável por cerca de 72% da produção nacional de arroz, o Rio Grande do Sul tem o poder de decidir cenários de safra e mercado no país. Ao dimensionar sua lavoura, o estado determina também o nível de oferta, da balança comercial e dos estoques e, assim, influencia preços ao longo da cadeia produtiva.

Depois de apanhar por décadas produzindo além do necessário, pois só tinha essa alternativa – ou pousio e pecuária extensiva –, o setor desenvolveu tecnologias capazes de multiplicar as produtividades e abrir espaço para outras culturas, em rotação e sucessão, nas terras baixas.

A possibilidade de plantar soja, hoje já com 505 mil hectares semeados no RS, milho (15 mil) e adotar pecuária mais intensiva em solos de várzea e até trigo e pastagens no inverno, abriu uma janela de oportunidades à cadeia produtiva do arroz. O agricultor múltiplo, multissafras ou produtor de alimentos ganhou espaço. A soja e os picos de alta da pandemia trouxeram rentabilidade. Capitalizado, o rizicultor pôde investir. As exportações garantiram o equilíbrio da oferta. E, assim, o Rio Grande do Sul conseguiu reduzir a lavoura de 1,125 milhão de hectares em 2014/15 para a estimativa, do Irga, de 862.498 mil hectares.

O presidente do Irga, Rodrigo Machado, pretende anunciar as áreas plantadas em terras baixas no dia 14, em Capão do Leão, na Abertura Oficial da Colheita do Arroz.

Ainda assim, somente ao fim da colheita, provavelmente em abril, haverá condições de contabilizar de forma mais específica o tamanho da colheita.

Estimativa
A estimativa inicial era de uma produtividade de 8.226 quilos por hectare. A soma levaria a uma produção de 7.094.908,548 toneladas. Seria a menor desde a safra 2009/10, quando o fenômeno climático El Niño prejudicou a safra e a média produtiva gaúcha não passou de 129 sacas por hectare.

Consultores agropecuários ouvidos por Planeta Arroz, porém, em função do clima e o dimensionamento das lavouras de acordo com a disponibilidade de água para irrigar, tendem a acreditar em uma área entre 850 mil e 855 mil hectares, mas reconhecem que onde houver água, as produtividades serão altas.

O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, considera que o nível das produtividades e a alternativa de outros cultivos tendem a levar o arroz a um ponto de equilíbrio capaz de assegurar rentabilidade ao agricultor.

“Hoje, esse ponto de equilíbrio, a meu ver, estaria na faixa de 800 mil hectares semeados”, reconhece. Isso quer dizer que ainda haveria uma margem entre 50 mil e 62 mil hectares de arroz a serem substituídos no Rio Grande do Sul por soja, milho e pastagens.

Para Velho, o avanço tecnológico que vem permitindo colher mais em menor espaço na rizicultura permitirá que a produtividade compense o enxugamento em área. “Tanto é que a superfície vem caindo na última década, e a produção se mantém estável”.

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