O horizonte ao alcance das mãos
Irga está muito próximo de chegar à produtividade de 10 toneladas de arroz por hectare
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O Instituto Rio-grandense do Arroz e um grupo de produtores rurais que acreditam fielmente na agregação de alta tecnologia para obter grandes resultados estão muito perto de conseguir a produtividade de 10 toneladas de arroz por hectare em lavouras de 10 a 20 hectares no município de Dom Pedrito, na fronteira-oeste do Rio Grande do Sul. Eles integram o Projeto 10, uma proposta que reúne as melhores técnicas desenvolvidas pelas pesquisas do instituto, e aplicarão este manejo otimizado pela terceira vez em suas lavouras.
O idealizador e coordenador do projeto, Valmir Gaedke Menezes, acredita que a meta só não foi alcançada em algumas lavouras na safra 2002/2003 pelos efeitos negativos do fenômeno climático El Niño. O melhor resultado foi do produtor Otto Prade, que chegou a produzir 9,2 toneladas por hectare. Isto é praticamente o dobro da média gaúcha na safra passada e mais de 80% sobre a média regional.
A lavoura que integra o projeto e menos produziu alcançou uma média de 6,5 mil quilos por hectare, mas ainda quase 1,5 tonelada sobre a média de Dom Pedrito, de 5.028 quilos. “Na comparação das médias, as lavouras do Projeto 10 produziram 50,9% a mais do que as demais do município”, enfatizou o gerente regional do Irga em Dom Pedrito, Eloy Cordeiro.
Duas colheitas em uma
Entre os avanços registrados, apesar dos problemas climáticos, está a melhoria da qualidade de grãos e evolução da produtividade na comparação das lavouras de 2001/2002, quando não houve El Niño e a produtividade média regional esteve acima de seis mil quilos/hectare. Além do aumento da produtividade, o Projeto 10 apresentou um retorno econômico de 80 sacos por hectare, enquanto a lavoura tradicional apresentou menos da metade: 34. “Isso representa, na comparação, que os produtores que estão adotando o manejo qualificado fazem o equivalente a mais de duas colheitas em um ano”, frisa Menezes.
O custo de produção do Projeto 10 foi de R$ 16,68 por saco de 50 quilos em casca, contra R$ 22,55 da lavoura convencional. O investimento em insumos das lavouras do programa, no entanto, apresentou um desembolso 13% maior, principalmente em nutrição. Houve redução nos investimentos em sementes e herbicidas.
Questão básica
O que ainda precisa melhorar no Projeto 10?
Quem responde é Valmir Gaedke Menezes, idealizador e coordenador do programa pelo Irga: “Com base nas avaliações técnicas e nos resultados já obtidos, eu diria que falta pouco para essas lavouras que agregaram métodos de alta tecnologia. Mas falta muito para as lavouras convencionais. Para a safra 2003/2004, vamos enfatizar o manejo da água, que ainda não foi realizado de acordo com o que está proposto. É preciso entrar com ela mais cedo na lavoura. Só neste item, já poderemos observar uma diferença significativa. Sem a interferência negativa do clima, estamos muito otimistas em alcançar uma produtividade ainda maior nessas lavouras. Quem sabe as 10 toneladas propostas”, afirmou. Lavouras nos moldes do Projeto 10 foram instaladas em outras regiões gaúchas na safra 2002/2003, apresentando resultados superiores às médias regionais.