O mar da tranquilidade

 O mar da tranquilidade

Balança comercial: mais um ano superavitária

Calmaria no mercado
doméstico não mantém
preços estabilizados.

O mercado brasileiro de arroz navega no mar da tranquilidade neste segundo semestre de 2014, com expectativa de ligeira reação à medida que se aproxima o final do ano, especialmente por conta da boa performance das exportações nos primeiros cinco meses do ano-safra e os baixos estoques públicos do país. As exportações vêm mantendo um mercado enxuto e há expectativa de escoamento de aproximadamente 1,4 milhão de toneladas em base casca, pelo menos, durante o ano comercial – de 1º de março de 2014 até 28 de fevereiro de 2015. Em contrapartida, o Brasil deve importar menos de 1 milhão de toneladas, o que poderá consolidar um superávit de 400 mil toneladas na balança comercial do arroz, volume muito significativo para manter os preços estáveis em 2015.

O estoque público, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é de 506,9 mil toneladas de arroz em base casca, o menor das últimas temporadas. Por parte dos produtores, o abastecimento ao mercado ocorre naturalmente em volumes e fluxo de equilíbrio à tímida demanda da indústria e do varejo. O analista Tiago Sarmento Barata, diretor da Agrotendências Consultoria em Agronegócios, frisa que atualmente não se observa qualquer pressão significativa que ameace a relação de equilíbrio expressa na estabilidade dos preços. “Mas isso pode mudar a qualquer momento”, ressalta.

Desconsiderando qualquer possibilidade de intervenção pública, ele atribui à exportação e ao clima a condição de únicos fatores capazes de fazer os preços romperem os limites de alta ou de baixa até a próxima safra. “Mesmo com a entrada da safra estadunidense em agosto, a demanda por produto para exportação pode reagir com a valorização cambial”, reconhece. Quanto ao clima, as atenções estão direcionadas ao monitoramento do fenômeno El Niño. “A intensificação das chuvas ameaça o estabelecimento da próxima safra. Porém, se ele não for capaz de comprometer o plantio pode sim haver até um incremento de área plantada no Rio Grande do Sul”, projeta.

Para Barata, atualmente o produtor tem maior capacidade operacional, capaz de compensar, até certo ponto, o encurtamento da janela de plantio. Todas as barragens estão em carga máxima. Apesar da elevação do custo de produção, o produtor vê uma conjuntura favorável no mercado. E, por fim, mesmo que o El Niño não ganhe corpo, a soja ocupará área menor na várzea. Ele também considera que é importante ficar alerta ao novo sistema de tributação nas operações de saídas interestaduais, estabelecido pelo governo, que altera o sistema de concessão de crédito presumido às empresas que se habilitam.

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