O melhoramento genético de arroz irrigado na Embrapa e seus reflexos na orizicultura

 O melhoramento genético de arroz irrigado na Embrapa e seus reflexos na orizicultura

 O Brasil é ainda um país em desenvolvimento que enfrenta fortes crises econômicas. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é uma empresa pública do governo federal que tem um importante papel social ligado ao homem do campo frente às gigantes empresas privadas que atuam no setor.

O melhoramento de plantas é um processo muito dispendioso, que demanda muito tempo, trabalho e investimento. Onde, cada decisão tomada de forma equivocada, pode acarretar em consequências inestimáveis ao programa e/ou empresa de melhoramento, podendo ser irreversíveis a curto prazo. Logo, é de extrema importância o monitoramento da eficiência do programa de melhoramento via obtenção de estimativas de ganho genético, de forma a, analisar criticamente a eficiência do programa e planejar novas ações e estratégias para o desenvolvimento e liberação de novas cultivares.

Estudo realizado para estimar o progresso genético de 45 anos do programa de melhoramento da Embrapa no Sul do Brasil no período de 1972 a 2016, revelou que obteve-se uma ganho de quase 50 kg ao ano, somente em função de lançamento de novas cultivares mais produtivas e mais resistentes a estresses bióticos, como doenças e abióticos provocados pelo clima.

Ao longo deste período de pesquisa, foram lançadas pelo programa de melhoramento genético da Embrapa 25 cultivares de arroz irrigado de clima temperado, com uma média aproximada de uma nova cultivar a cada dois anos de trabalho. Fazem parte desta lista as cultivares BR IRGA 409 e BR IRGA 410, lançadas em 1979 e 1980, respectivamente, que foram consideradas responsáveis pela “revolução verde” da lavoura no Brasil, em função da nova arquitetura de plantas de porte semianão refletindo em ganho de produtividade das lavouras.

Atualmente, tem-se destaque para as cultivares BRS Pampa e BRS Pampa CL, consideradas arroz premium pela indústria por sua qualidade de grãos do tipo longo e finos e a cultivar BRS Pampeira que apresenta o maior teto produtivo entre as cultivares desenvolvidas pelo programa de melhoramento, com produtividade acima de 12 toneladas/hectare e que também tem apresentado padrões de qualidade de grãos excelentes.

Além dos avanços nos caracteres de produtividade e qualidade de grãos a introdução de genes de resistência a herbicidas nas cultivares de arroz foi uma importante contribuição do melhoramento genético para a lavoura orizícola, permitindo controlar o arroz vermelho que tem sido a principal invasora da cultura.

TENDÊNCIAS E DESAFIOS
Para os próximos anos, os maiores desafios serão quebrar os patamares de produtividade já elevados que temos das cultivares já lançadas e manter o padrão de qualidade premium de arroz, onde as exigências serão cada vez maiores pelos consumidores. Deve-se atentar para cultivares com valores agregados, nutracêuticos, isentos de contaminantes, bem como para o aumento de consumos de arroz especiais.

Deverão ser selecionadas cultivares mais eficientes quanto ao uso dos recursos naturais (energia solar, água e nutrientes do solo) e menos dependentes de insumos trazendo sustentabilidade econômica, ambiental e social. Em resumo: mais produtivas e menos exigentes.

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