O tempo a favor

 O tempo a favor

Bioclimático de soja conduzido em Santa Maria

A necessária atualização
do zoneamento de risco
climático para a soja.

A equipe SimulArroz considera relevantes os estudos da época de semeadura de soja em terras baixas na caracterização do desenvolvimento e produtividade da soja, sobretudo devido à influência do fotoperíodo e das respostas que diferem, de acordo com o grupo de maturidade relativa (GMR), nesse ambiente no qual o cultivo é relativamente novo. Essa interação, em latitudes elevadas, como ocorre no Rio Grande do Sul, motiva uma pesquisa sobre a atualização de risco climático para soja em terras baixas e sua necessidade.

Estudos como este permitirão atualizar o zoneamento de risco climático para a macrorregião sojícola 101, que corresponde à metade sul gaúcha, onde há cultivo da soja em terras baixas em rotação com o arroz irrigado. O projeto é conduzido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e parceiros desde o ano 2014/15 em diferentes locais do estado. Na UFSM, quem o conduz é o acadêmico de Agronomia Eduardo Daniel Friedrich sob orientação dos professores/pesquisadores Alencar Zanon, Nereu Streck e Darci Uhry Junior, do Irga.

Na safra 2017/18 ocorreu expansão para além das terras baixas. Experimentos são conduzidos em locais tradicionais (Bagé, Cachoeira do Sul, Cachoeirinha, Santa Vitória do Palmar e Uruguaiana) e pela equipe SimulArroz em Santa Maria, Cruz Alta, Ibirubá, Itaqui, Júlio de Castilhos, São Borja, São Francisco de Assis e Vacaria graças à rede de parceiros.

Entre as variáveis observadas semanalmente na rede de ensaios podem ser destacadas a fenologia, o número de nós, área foliar e rendimento com cultivares de diferentes grupos (4,8 a 7,8) em três épocas de semeadura, que variam de outubro a janeiro. O manejo é realizado para evitar a perda produtiva por fatores bióticos (insetos, pragas e plantas daninhas) e abióticos (fertilidade) de forma que o único fator limitante seja o ambiente (disponibilidade de radiação, temperatura, fotoperíodo e precipitação).

Até agora foi observado que a época de semeadura de outubro apresenta o maior potencial produtivo, sobretudo nas cultivares com GMR próximo a 6,0 e com tipo de crescimento indeterminado. Nota-se que o próximo passo é a avaliação do balanço hídrico do solo para detalhar a disponibilidade de umidade durante o ciclo da cultura por excesso ou falta de água. Este é o principal limitante à produção de soja em solos hidromórficos ou em rotação com o arroz irrigado.

EXPECTATIVA
A expectativa, com os resultados desse trabalho, é aumentar a segurança dos produtores para definir qual época de semeadura e qual grupo deve ser plantado de acordo com o período em cada região visando aumentar os resultados em grão e/ou diminuir o risco climático. Como objetivo final, a intenção, com o Irga, é gerar dados e atualizar o zoneamento de risco climático, que baliza o financiamento e crédito rural, ferramenta fomentadora do investimento em lavouras de soja no Rio Grande do Sul.

Friedrich: melhor desempenho para soja de outubro

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