Oferta precisa ser planejada

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Schardong: o arrozeiro tem bala na agulha para segurar a oferta

Diante da conjuntura de equilíbrio esperada pela cadeia produtiva e o ponto de partida dos preços aos agricultores nesta safra, em torno de R$ 35,00, o presidente da Câmara Setorial do Arroz, Francisco Schardong, que também é dirigente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul), acredita que o produtor terá uma grande chance de participar mais ativamente do comportamento do mercado e da formação de preços. “Hoje, com as boas cotações da soja, que é parte integrante do sistema de produção de arroz, e da pecuária, que também entra no sistema de integração, o arrozeiro tem bala na agulha pra segurar um pouco mais o arroz e vender devagar, de acordo com suas necessidades e a evolução dos preços”, reconhece. Ele lembra que os custos da formação da próxima safra podem apressar um pouco a comercialização, mas que o amadurecimento dos produtores, um aprendizado dos tempos de crises graves no setor, ensinou o caminho que eles devem seguir.

O diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Tiago Sarmento Barata, acredita que o mercado de arroz do Brasil será pressionado para cima ao longo da temporada comercial 2015/16. Ele considera que essa pressão testará os limites de alta confrontando a dificuldade de repasse nas negociações entre a indústria e varejo. Uma das referências para tal cenário é a baixa posição de estoques públicos e privados do Brasil no dia 1º de março de 2015, o início do ano comercial: em torno de 130 mil toneladas.

A consolidação da soja como cultura de rotação e no portfólio de negócios do agricultor, bem como o câmbio favorável a uma balança comercial superavitária, concorre para o panorama altista. As importações tendem a ser alternativa de abastecimento mais difícil, enquanto a cotação em dólar no mercado doméstico torna o arroz nacional mais atraente ao mercado externo. A orientação das entidades é para que os produtores busquem fracionar suas vendas, mantendo o mercado abastecido, mas sem excesso que possa afetar os preços a partir da retomada da valorização, prevista para junho.

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