Os maiorais

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Produção chinesa: insuficiente

Mercado mundial terá mudanças no rol dos grandes exportadores
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 A Tailândia deve assumir o posto de maior exportadora mundial de arroz na atual temporada, ultrapassando a Índia, que foi a grande fornecedora global nos três últimos anos. Isso ocorre por dois motivos: uma retração nas vendas indianas em razão de uma safra menor e estoques em queda e uma política de eliminação de estoques mais antigos dos tailandeses. Parte destes estoques já não era própria para consumo humano e foi comercializada para rações animais e/ou usos industriais, como produção de etanol. A Índia, que exportou 12 milhões de toneladas em 2015, não deve embarcar mais do que 9 milhões de toneladas na temporada atual.

O Vietnã deve ser o terceiro maior exportador, com 5,5 milhões de toneladas, 2 milhões a menos do que na temporada anterior. A estimativa inicial era de 6,5 milhões. A queda é substancial e também está associada à menor produção na temporada passada e, principalmente, à concorrência do grão tailandês por valores sempre menores do que os vietnamitas.

O maior importador mundial, e acelerando a compra de mais volumes, seguirá sendo a China. Embora os números oficiais alcancem entre 2,7 e 3,5 milhões de toneladas de arroz – base casca – importado, a estimativa é de que via contrabando – pelas enormes fronteiras terrestres chinesas – entre no mercado local volume equivalente aos oficiais, dobrando a demanda. A Nigéria, na África, se manterá como segundo maior importador, apesar de insistir em discursos de autossuficiência. O país demanda mais de 2 milhões de toneladas anuais de arroz em casca, sendo que boa parte entra ilegalmente por suas fronteiras.

A Nigéria já foi o maior cliente do arroz brasileiro, importando cerca de 350 mil toneladas por ano, mas criou uma sobretaxa de até 120% para o produto nacional ingressar naquele território sob o argumento de incentivar a produção local, que é arcaica e não passa de 2 mil quilos por hectare de produtividade. Países asiáticos não têm essa barreira e conseguem competir.

Na África Subsaariana, a produção de arroz progride graças aos incentivos públicos combinados com iniciativas internacionais. As novas colheitas começam a chegar ao mercado e as disponibilidades são abundantes. As importações devem permanecer estáveis, ou até mesmo cair ligeiramente, pela primeira vez desde 2008. No entanto, esta redução das importações dependerá principalmente da redução efetiva da demanda de importação nigeriana, o primeiro importador da região e segundo a nível mundial.

O Brasil também deve deixar o rol dos 10 maiores exportadores mundiais pela primeira vez em várias temporadas, enquanto o Paraguai promete ingressar neste seleto grupo.

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