Para o alto

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Nas mãos do produtor: um 2006 que começou difícil, mas vai melhorar

Analista prevê recuperação nos preços
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Pode não ser uma alta tão significativa quanto precisam e desejam os produtores de arroz do Brasil, mas o analista de mercado de arroz da Safras & Mercado, Tiago Sarmento Barata, afirma que o cenário de comercialização aponta para preços maiores no segundo semestre de 2006. “A tendência é que os preços reajam até a próxima safra em ritmo lento”. 

Segundo ele, a intensidade da reação dependerá da agressividade do Mercosul e da estratégia do Governo Federal com os estoques públicos. Por ser ano eleitoral e o arroz um dos principais itens da cesta básica, a recuperação dos preços tende a ser controlada até as eleições. Os preços devem influenciar a programação de plantio da safra, principalmente no Centro-oeste brasileiro. 

“A indicação de que o estoque de passagem cairá 39% e a falta de arroz em diversas regiões obrigarão o mercado a acenar com recuperação, embora abaixo dos patamares ideais para a cultura”, prevê o analista.
Tiago Sarmento Barata lembra que em julho e parte de agosto a escassez de negócios realizados no mercado doméstico de arroz se intensificou. O principal entrave é o baixo interesse das redes varejistas. 

Sob a alegação de estarem observando uma redução significativa da demanda e fortemente resistentes aos preços estabelecidos pelas indústrias, os supermercadistas passaram a fazer pequenas aquisições para a reposição de estoques. “De maneira atípica, se percebeu um aumento do interesse por marcas consideradas mais populares, a preços de ocasião”, destaca. 

CENTRO-OESTE – Nos estados do Centro-oeste e Norte se observa uma posição mais firme dos preços praticados, um nítido sinal de que o mercado regional já trabalha com uma posição de menor disponibilidade de matéria-prima, principalmente de arroz de qualidade superior. 

Este argumento, por sinal, é fator de pressão das indústrias do Mato Grosso para liberação parcial de estoques da Conab naquele estado. A Conab, no entanto, estuda um meio de liberar sem interferir negativamente no preço ao produtor.

 

Arroz em baixa

Após uma safra cheia, o ano comercial 2005/2006 foi caracterizado por preços baixos, resultado de um conjunto de fatores como a superoferta, estoque de passagem inchado, demora da liberação de crédito aos produtores (em especial no Centro-oeste), e importações de arroz do Mercosul, que apesar de menores, ainda foram volumosas. 

Para o analista de mercado de arroz da Safras & Mercado, Tiago Sarmento Barata, outro fator importante foi a perda de qualidade da variedade Cirad 141 no Mato Grosso, que não alcançou classificação de longo fino. Muito plantada no Centro-oeste, a cultivar perdeu valor e nivelou por baixo os patamares de preço do mercado doméstico. Frustrados com os resultados obtidos na comercialização, os arrozeiros reduziram muito a área plantada. A produção mato-grossense apresentou maior redução (62,8%): cerca de 400 mil hectares deixaram de ser plantados.

CENÁRIOS – Neste ano comercial, o mercado doméstico de arroz apresenta características distintas entre os estados do Sul e produtores de arroz de sequeiro. Além da redução da área plantada, os estados das regiões Centro-oeste, Norte e Nordeste tiveram prejuízos na produtividade e qualidade da lavoura, em função das chuvas que causaram atraso nas colheitas e dificultaram o transporte da safra. Se o panorama geral da produção orizícola brasileira é de redução na safra 2005/2006, no Rio Grande do Sul isso não ocorreu. Muito pelo contrário. Safras & Mercado registra no estado aumento de 11,5% na produção, atingindo 6.630.000 toneladas. Elevação de 10% da produti-vidade média.
 

 

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