Perfil e tendências da orizicultura em Santa Catarina
A produção de arroz em Santa Catarina passou por profundas transformações nos últimos 20 anos. O incremento de tecnologia, com desenvolvimento de cultivares adequados às condições climáticas do estado, com alto potencial produtivo e que atendam as demandas do mercado fizeram a produtividade média do estado saltar de 5,9 para 8 toneladas em duas décadas, de acordo com dados da Epagri/Cepa. Isso representa um incremento de 38% em termos absolutos e equivale a uma média de ganho de produtividade de 1,6% ao ano nesse período.
Em paralelo a isto, visualizamos uma significativa redução no número de produtores no estado. Segundo dados do IBGE, no ano de 2006 tínhamos aproximadamente 8 mil estabelecimentos produtores de arroz em Santa Catarina e no Censo de 2017, o número se aproxima de 5 mil estabelecimentos. A redução foi de cerca de 37%.
Por outro lado, a área média que em 2006 era de 16 hectares passou para 25 hectares em 2017.
Entre os principais limitantes à permanência dos produtores destacam-se os custos elevados e a margem baixa, que levou muitos orizicultores a arrendarem suas terras para terceiros. No estado, estima-se que 60% das áreas sejam arrendadas.
Grande parte desses custos elevados se deve à gestão da atividade e uso dos insumos de forma inadequada, desperdiçando recursos produtivos, ou ao mau dimensionamento da atividade produtiva.
TENDÊNCIAS E DESAFIOS
Numa conjuntura em que o arrendamento de terras segue tendência crescente, a oferta de mão de obra é cada vez menor e o consumo de arroz se apresenta estabilizado, o principal desafio para a cultura no estado é a manutenção dos produtores no campo, por meio de redução dos custos e aumento da eficiência técnica e econômica.
Ademais, a diversificação de mercados, como os tipos especiais e os orgânicos, podem gerar bons resultados para um grupo de produtores, mas trata-se de um nicho de mercado e, portanto, não abrange a totalidade da produção catarinense.
Existem ainda alternativas, como o aumento do consumo de derivados de arroz, como a farinha, bebidas, entre outros, que podem ampliar a demanda da indústria e a margem do produtor.