Plantações de arroz avançam no Uruguai: 13% em média já plantadas
(Por Hernán T. Zorrilla, El País) Em mais de uma ocasião foi referido que o arroz, uma cultura muito importante no leste, centro e norte do Uruguai, revitalizando pequenos núcleos populacionais, após vários anos com números no vermelho teve duas campanhas positivas.
No primeiro semestre de 2021, quase 9,5 toneladas por hectare foram colhidas em média, com muitas fazendas ultrapassando 10.000 quilos. Este foi um recorde histórico nacional em produtividade. Na safra de 2022, a média ficou próxima de 9.200 quilos para a mesma unidade de superfície, o que fez desta safra a segunda melhor da história.
Por sua vez, um fortalecimento do dólar em nível internacional, uma demanda sustentada pelo produto em decorrência das principais consequências da pandemia, custos significativamente inferiores aos que movimentamos hoje e outros fatores determinaram uma injeção de oxigênio para um setor que vinha se envolvendo muito nos últimos anos.
Mas se falamos de ciclos, o arroz uruguaio volta a entrar em uma zona de turbulência, com um contexto consideravelmente mais desafiador do que o dessas duas últimas campanhas mencionadas. Em primeiro lugar, o valor do preço provisório estabelecido no final de junho (lembre-se que não foi acordado e foi depositado unilateralmente pela indústria com um empréstimo de US$ 1), foi de US$ 11,20, o que estabelece US$ 1,10 abaixo do mesmo valor do ano passado. A isso devemos somar um aumento considerável de custos (hoje podemos falar de US$ 2.000 a US$ 2.200 de custo para plantar um hectare) e um dólar menos forte, que somado a outros fatores compõem o combo perfeito para diminuição de área.
A expectativa de plantio estabelecida pela Associação dos Cultivadores de Arroz (ACA) com vistorias até o final de agosto é de 159,7 mil hectares, ante os 163,5 mil plantados no ano passado. “Pensamos que a queda poderia ser maior e, embora não seja linear, esses hectares perdidos coincidem com a falta de água das barragens de India Muerta, Corrales e Alvez”, começou por dizer Freddy Lago, presidente do sindicato.
“A equação econômica do setor não é atrativa e entendemos que poderia ter um impacto maior na superfície, mas o setor arrozeiro sempre tem uma falta de certeza no plantio e o produtor está esperançoso de que ano que vem será melhor que o ano passado”, acrescentou.
Os trabalhos de plantio já estão sendo realizados em todo o território e o leste, que responde por 67% da área de arroz, já tem 15% de avanço no plantio. Por sua vez, o norte do território, que abriga 18% da superfície, tem 7% de avanço na semeadura e o centro é o mais atrasado, com 6% de avanço na semeadura e uma estimativa de 15% da área nacional. Portanto, no final de setembro já há 13% do arroz plantado, o que em termos de período é uma ótima notícia.
No entanto, as condições ambientais não têm sido as mais favoráveis e a falta de umidade no solo, embora favoreça o trabalho de preparo, pode retardar a emergência da cultura. “Tivemos temperaturas vários graus abaixo da média histórica e não há condições para germinar”, disse Lago, mas valorizou a semeadura “muito pontual” e o ideal seria terminar os trabalhos em outubro.
Para encerrar, o presidente da ACA disse que há fatores no mundo que geram expectativas em relação ao preço do arroz, e “os negócios já estão melhores do que há 15 dias e esperamos que isso gere um aumento no preço do arroz” .
1 Comentário
O problema é q o clima não está pro arroz ainda. Com esse frio, se aqui no RS até geada tem ainda, imagine quem tem arroz nascido, o frio trava o arroz e destrói todo potencial produtivo q é determinado logo q nasce, a planta amarela e afeta o desenvolvimento.