Prato cheio, sem sobras

 Prato cheio, sem sobras

Após uma safra recorde
o Brasil encolhe a produção
ao suficiente para seu
abastecimento interno.

Depois de colher a maior safra de sua história, superando 13,61 milhões de toneladas na safra 2010/11, o Brasil reduzirá em 15,8% sua produção na temporada 2011/12, para 11,46 milhões, segundo o levantamento da safra de grãos divulgado em janeiro último pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na safra anterior o país cultivou uma área de 2,82 milhões de hectares e alcançou a o rendimento de 4.827 quilos por hectare em média, considerando as áreas irrigadas e de sequeiro.

Mas para esta safra que começa a ser colhida no sul do Brasil em fevereiro, a Conab prevê uma retração de 7% na produtividade média, que não passará, segundo a projeção, de 4.490 quilos/hectare. A queda também é traduzida pela área, que reduzirá 9,5%, para 2,55 milhões de hectares. As maiores reduções de área e produção, percentualmente ou em números absolutos, acontecem no Mato Grosso e no Rio Grande do Sul, respectivamente.

O Mato Grosso era, até esta safra, o maior estado produtor de arroz de terras altas (sequeiro de alta tecnologia), enquanto a lavoura gaúcha, que continua sendo a maior do Brasil e de maior produtividade, cultiva o grão em sistema irrigado.

Em terras mato-grossenses as lavouras vão diminuir 45% e a colheita se traduzirá em menos 47,3% da produção, de 795 mil para 419 mil toneladas. Serão plantados 140 mil hectares, contra 256 no ano anterior.

O Maranhão passará a ser o maior produtor brasileiro de arroz de terras altas, embora na contabilidade entrem áreas irrigadas e as ainda existentes roças de toco, de baixa tecnologia, o que mantém sua produtividade média muito baixa. A previsão é de que o Maranhão consolide sua liderança em sequeiro com a colheita de 644 mil toneladas, que será 12,2% menor do que no ciclo passado. A área será mantida, segundo a Conab – pois no Nordeste a safra começa mais tarde e não houve tempo hábil para identificar a intenção de plantio para o levantamento divulgado em janeiro –, mas deve ocorrer uma redução na produtividade dessa região.

A queda no Mato Grosso, em produtividade, está associada aos baixos preços de comercialização do arroz ao longo de 2011, mesmo caso do sul do Brasil. No Mato Grosso a área cairá em razão também da disputa por área com milho e soja, produtos de maior liquidez e rentabilidade. Na zona irrigada, Santa Catarina manterá com conforto sua segunda posição no ranking dos estados produtores brasileiros, cultivando 150 mil hectares, mas ampliando sua produtividade em 5,4%, para 7,5 toneladas por hectare, totalizando 1,05 milhão de toneladas colhidas.

 

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