Preço do arroz dispara e acumula alta de 25% em um ano em Fortaleza

 Preço do arroz dispara e acumula alta de 25% em um ano em Fortaleza

(Por Diário do Nordeste) O preço do arroz registrou um grande aumento nos últimos meses em Fortaleza, com alta acumulada de 25,01% período de um ano. O encarecimento foi registrado pela Pesquisa Nacional de Cesta Básica de Alimentos, divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O arroz ficou 1,91% mais caro em fevereiro de 2024, na comparação com janeiro. Considerando a variação mensal de fevereiro, o grão não está entre os itens da cesta básica com maior alta. Mas, considerando a oscilação em seis meses e um ano, o arroz toma com folga a liderança de itens que ficaram mais caros.

Na comparação com fevereiro de 2023, o arroz está 25,01% mais caro. Já em relação a agosto de 2023, o preço subiu 27,16%.
O alto preço no varejo é motivado pela redução na produção do grão nos estados do sul do Brasil, que concentram grande parte da produção do País, segundo o analista de mercado das Centrais de Abastecimento do Ceará S/A (Ceasa), Odálio Girão.

“Há uma quebra da safra bastante acentuada nacionalmente. Não teve como o Brasil ter estoque para manter o ano de 2024 e se manter com preços estáveis. Com as colheitas, o preço tendeu a aumentar crescentemente durante todo o ano”, explica.

O analista ressalta que o Brasil ainda não é autossuficiente na produção do arroz, e depende de importações do grão de países asiáticos, como China, Índia e Tailândia; e da América do Sul, principalmente Paraguai e Uruguai.

INFLAÇÃO PREJUDICA MAIS FAMÍLIAS DE BAIXA RENDA

A inflação pesou mais para as famílias de baixa renda, no início do ano, devido à alta do preço dos alimentos, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Isso se dá porque as famílias mais pobres destinam maior parcela do orçamento para a alimentação em comparação com as de renda mais alta.

A Região Metropolitana de Fortaleza teve inflação de 0,84% em fevereiro, acima da do mês anterior, puxada pelo grupo de alimentação e bebidas e educação. O arroz teve inflação de 4,14% no mês e de 33,43% no acumulado dos últimos doze meses. Os dados são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE

VARIAÇÃO DE PREÇO DO ARROZ DESTOA TOTAL DA CESTA BÁSICA EM FORTALEZA

A alta do arroz foge do comportamento geral dos itens da cesta básica nos últimos doze meses. A maioria dos itens ficou mais barato, com exceção do arroz, pão, banana, açúcar e manteiga.

Fortaleza foi a única capital pesquisa na qual a cesta básica ficou mais barata em 2024. O preço do conjunto de produtos caiu 0,43% neste ano. Já considerando o período de doze meses, o conjunto de alimentos está 6,5% mais barato – a terceira maior queda identificada pelo Dieese.

O professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Érico Veras explica que o comportamento do arroz destoa do restante dos produtos da cesta básica por diversos fatores internos e externos. Ele reitera que as enchentes no Rio Grande do Sul impactaram na produção do grão.

Outros pontos que explicam o encarecimento é a restrição das importações da Índia e mudanças cambiais. “A Índia diminuiu as exportações, tivemos uma quebra de safra no Brasil e também tivemos um pouco de aumento de câmbio nos últimos seis meses, em torno de 2%. Quando a gente junta isso, tem um aumento expressivo no preço do arroz.”, aponta.

VEJA A VARIAÇÃO DOS ITENS DA CESTA BÁSICA EM DOZE MESES

Arroz: 25,01%

Banana: 12,31%

Manteiga: 7,69%

Pão: 7,52%

Açúcar: 5,24%

Tomate: -38,96%

Óleo: – 21,47%

Carne: -9,35%

Feijão: -7,50%

Farinha: -5,51%

Leite: -4,50%

Café: -1,18%

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