Preços em Santa Catarina mantiveram forte tendência de alta

 Preços em Santa Catarina mantiveram forte tendência de alta

(Por Gláucia de Almeida Padrão, Cepa/Epagri) O mercado de arroz segue se comportando de maneira inesperada, de acordo com o movimento sazonal previsto ao longo do ano. No mês de fevereiro, contrariando a expectativa de comportamento baseada nos anos anteriores à pandemia (Figura 2), os preços apresentaram forte tendência de alta, especialmente no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, os preços médios pagos aos produtores no mês de fevereiro fecharam em R$63,51, confirmando um crescimento de 2,44% em relação a janeiro. No Rio Grande do Sul, os preços de fevereiro fecharam em R$70,62, 12,45% maior do que o fechamento do mês anterior (Figura 1).

Esse aumento acentuado dos preços, pode ser explicado pelo aumento das exportações, haja vista que o Brasil está com estoques elevados, bem como pela expectativa de quebra da safra gaúcha em aproximadamente 11%. Santa Catarina, apesar de não ter apresentado aumento significativo das exportações entre janeiro e fevereiro e não ter expectativa de frustração de safra teve seus preços influenciados pelo comportamento do mercado gaúcho. Na Figura 3 é possível observar que os preços da Praça Sul Catarinense, mais próxima do mercado gaúcho, tem apresentado preços médios acima de R$70,00/saca de 50 kg na primeira quinzena de março e as praças do Litoral Norte e Alto Vale já estão recebendo tais influências.

Mercado Externo

No que se refere às exportações, observa-se que em 2021, Santa Catarina exportou cerca de 64% menos do que o valor exportado em 2020. Apesar de em 2021 o valor ser inferior ao exportado em 2020, demonstra uma participação maior do que nos anos tidos como normais para o mercado externo catarinense.

Destacam-se como principais destinos das exportações em 2021, Trinidad e Tobago (81,14%), África do Sul (7,51%) e Marrocos (2,16%). Do lado das importações, de janeiro a novembro de 2021 o estado importou 58% a menos que o valor de todo o ano de 2020. Países tradicionais como o Uruguai e Paraguai reduziram suas participações nas importações, por problemas nas safras, dando espaço à Guiana, por exemplo, que participou com 15,26% do valor total de 2021. Uruguai destinou 48,21% do valor total importado por Santa Catarina e o Paraguai, 11,65%. Embora o acesso ao mercado externo tenha começado o ano tímido, em fevereiro de 2022, as exportações catarinenses também ganharam força.

No acumulado do ano, as exportações catarinenses totalizaram US$510 milhões, valor quase três vezes maior do que o observado no mesmo período de 2021. Isto porque, o preço médio de exportações está comparativamente mais atrativo do que o preço doméstico o que pode resultar em elevação dos volumes exportados no ano caso a elevação dos preços internos não seja consistente. Nota-se pela Figura 4, que o estado tem aumentado a diversidade de produtos exportados no contexto do arroz. Até 2018, a composição das exportações desse seguimento era caracterizada por forte participação do grão em casca e nos últimos anos tem ganhado mercado o arroz polido e parboilizado, de maior valor agregado e mais vantajoso para o estado.

Acompanhamento de safra

A colheita da safra catarinense teve início em janeiro, especialmente em regiões onde o plantio ocorre mais cedo. De maneira geral, as lavouras estão com desenvolvimento dentro da normalidade, com boa sanidade e nenhum relato de problemas severos de pragas e/ou doenças. A Figura 5, mostra que a maior parte da área semeada está com condição boa de lavoura (97,3%). A estimativa atual da safra aponta para uma estabilidade na área plantada, em torno de 148 mil hectares e espera-se produtividade de 8,3 toneladas por hectare, resultando em produção de 1,22 milhões de toneladas. Até o momento, cerca de 64% da área semeada foi colhida e do que resta a campo, 85% está em maturação e 15% em floração.

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