Primeiros pontos contra a bicheira-da-raiz

 Primeiros pontos contra a bicheira-da-raiz

Nádia coordena as pesquisas na fronteira

Pesquisadores conseguiram bons resultados em Uruguaiana .

Boas notícias para a lavoura arrozeira: pesquisadores de Uruguaiana conseguiram controlar biologicamente áreas experimentais infestadas pelo gorgulho-aquático, que em sua fase larval (bicheira-da-raiz) é a principal praga que ataca as plantas. A aplicação dos fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae conseguiu infectar 70% dos insetos presentes às parcelas e minimizar os danos. O resultado obtido a campo é similar ao de laboratório, mas ainda precisa vencer obstáculos técnicos para ser festejado plenamente.

Este é o primeiro resultado expressivo de um projeto iniciado há três anos pela Associação de Arrozeiros de Uruguaiana, com apoio da Associação dos Engenheiros Agrônomos do município gaúcho (Asseagru), em parceria com a Embrapa, a Epagri e a PUC/Uruguaiana. O ataque da bicheira-da-raiz em lavouras de todo o Rio Grande do Sul, mais notadamente na fronteira, tem sido uma constante nos últimos anos, gerando redução nas produtividades. Além disso, o controle químico desta praga tem mostrado alto impacto ambiental e aumentado o custo de produção.

As entidades reunidas montaram um projeto há três anos para buscar soluções para a infestação da bicheira-do-arroz, com intuito de conhecer melhor a praga e gerar tecnologias de controle de menor impacto. A primeira iniciativa ocorreu em 1998, quando a professora Nádia Galvani, da Faculdade de Agronomia da PUC de Uruguaiana, realizou em Cuba um curso de controle biológico de bicheira-do-arroz com o patrocínio da associação dos arrozeiros. O segundo estágio da iniciativa está ocorrendo desde o ano passado com o andamento do projeto Estratégias para Melhoria do Sistema de Manejo Integrado do Gorgulho-aquático (Oryzophagus oryzae), na fronteira-oeste do Rio Grande do Sul.

 

Nova estratégia

Os resultados dos dois primeiros anos já devem gerar uma nova estratégia dentro da lavoura de Uruguaiana para a próxima safra. A Faculdade de Agronomia, com a assessoria do pesquisador Honório Prando, da Epagri, de Santa Catarina, escolherá 10 produtores do município que terão monitoradas as lavouras, através de contagem de ovos do inseto, podendo antecipadamente projetar uma estratégia de controle de baixo impacto. A metodologia consiste na retirada, por parte do produtor, de amostras de plantas na lavoura, que serão levadas ao laboratório da universidade para identificação do número de ovos e o nível de infestação. Este trabalho é inédito no mundo e será testado pela primeira vez em Uruguaiana na safra 2001/2002.

O Projeto – Seis partes do todo 

O projeto está dividido em seis subprojetos:

1. Locais de hibernação (estuda o comportamento do inseto durante o inverno e sua localização de hibernação)

2. Época de ocorrência nos arrozais (estuda os momentos de ocorrência da praga nas lavouras)

3. Distribuição especial (estuda a distribuição do inseto na lavoura)

4. Controle microbiológico (estuda o controle alternativo com fungos no lugar de inseticidas)

5. Método alternativo de controle químico com Fipronil (avalia o tratamento de semente como forma de controle)

6. Método alternativo de controle com inseticida de ação fisiológica (avalia o uso de inseticida de baixo impacto ambiental)

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter