Produção de arroz crescerá 7% em 2004 em MG

A alta dos preços no ano passado é um dos fatores que impulsionam o cultivo do grão em Minas Gerais.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que a produção mineira de arroz em 2004 deve ultrapassar as 200 mil toneladas, o que significa um crescimento de 7,47% em relação ao ano passado. O aumento se deve à melhoria da cotação – de R$ 26,50 em 2003 para R$ 35,00 no início deste ano –, ao trabalho realizado pelos produtores – que buscam, entre outras coisas, o melhoramento de cultivares – e o estímulo do Governo Estadual, que promove o fomento da produção, prestando assessoria e treinamento aos produtores.

O preço do arroz é o principal responsável pela retomada de uma cultura que já foi uma das principais em Minas Gerais. O declínio se deu entre 1975 e 1993, quando houve uma redução de 70% da área plantada, que foi substituída por lavouras de milho e soja, mais lucrativas, de menor risco para o plantio e de fácil armazenamento em relação ao arroz.

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) desenvolveu estudo sobre a cultura do grão no estado e constatou que em 2002 e 2003 os preços reagiram e, conseqüentemente, o produtor teve uma melhor remuneração. A área plantada aumentou em 4,77%, alcançando 91 mil hectares plantados.

O aumento da produção ocorre também por causa das novas cultivares mais produtivas, condições climáticas satisfatórias para a cultura e melhoria do sistema de produção com uso e quantidade correta de adubos. Isso faz com que o grão tenha maior retorno. “Se a cultura apresenta uma maior rentabilidade, o produtor ganha mais. Ano passado tivemos redução de área plantada, mas neste ano isso não está acontecendo”, explica Marcelo de Pádua Felipe, coordenador técnico regional da Emater em Belo Horizonte.

A diminuição da área plantada no ano passado aconteceu principalmente na região do Vale do Rio Doce, uma das mais produtivas do estado. A redução aconteceu basicamente por causa dos baixos preços, que agora estão em recuperação. Em uma lavoura de arroz, a produção da saca custa em média R$ 15,00. Com a cotação prevista para 2004, o produtor terá um ganho de mais de 50%. “O rendimento de R$ 15,00 por saca é muito bom. Este ano não vamos ter soja ocupando lugar que era do arroz, principalmente o sequeiro”, avalia Marcelo de Pádua.

Outro fator que contribuirá para alavancar a cultura do arroz é a suspensão das importações da Ásia devido à gripe do frango, inclusive com a melhoria dos preços.

CULTIVARES

Pesquisas de melhoramento das sementes que vêm sendo realizadas em Minas Gerais pela Epamig têm obtido resultados expressivos e permitido o aumento da produção. De um total de 22 variedades de arroz colocadas à disposição dos agricultores, 13 delas são específicas para lavouras irrigadas ou em várzea e nove em terras altas, sem irrigação.

Em abril, mais três variedades serão lançadas pela Epamig em parceria com a Universidade Federal de Lavras e Embrapa. Destas três novas cultivares, a Conai e a Curinga são próprias para sequeiro – sistema mais utilizado no Triângulo Mineiro.

Em todo o estado são produzidas 206.428 toneladas do grão. As regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba respondem com cerca de 10%, com 21.600 toneladas. O foco de produção está no Noroeste, com cerca de 18 mil hectares plantadas. No Triângulo, o maior cultivo é o arroz sequeiro, responsável por aproximadamente 30% da produção mineira.

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