Produção mundial EM ALTA
Projeção mostra leve queda nos estoques mundiais do grão
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O relatório de fevereiro de oferta e demanda do Depar-tamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estimou a produção mundial de arroz beneficiado em 439,74 milhões de toneladas para 2008/2009, um leve aumento de 0,15% ante os 439,08 milhões de toneladas apontadas no mês anterior. Em 2007/2008 a safra foi de 431,87 milhões de toneladas.
As exportações mundiais de arroz beneficiado foram estimadas em 28,97 milhões de toneladas para 2008/2009. Este mercado apresenta-se em queda e o Brasil tem muito interesse. Em 2008 cerca de 750 mil toneladas de arroz foram exportadas pelo país, que já encontra-se entre os 15 maiores exportadores do mundo. Pela primeira vez em sua história recente o Brasil exportou mais arroz do que importou.
A estimativa para o consumo mundial, indicada pela USDA, é de 434,12 milhões de toneladas de arroz processado, perante 435,11 milhões de toneladas indicadas anteriormente. O consumo em queda e os preços altos no mercado internacional, em comparação ao seu histórico, afetam o consumo. A boa notícia é que um ano depois da chamada crise mundial de alimentos o estoque final mundial apresenta-se maior. Baseado nas estimativas de produção, exportação e consumo, os estoques finais mundiais de arroz beneficiado na temporada 2008/2009 foram previstos em 84,6 milhões de toneladas, 82,66 milhões de toneladas no relatório anterior.
PRODUÇÃO – A produção chinesa, estimada em 135,10 milhões de toneladas, se mantém como a maior do mundo, equivalendo à soma dos outros 10 maiores produtores. A Índia deverá produzir 97,50 milhões de toneladas em 2008/2009, a Tailândia 19,40 milhões e o Vietnã 23,50 milhões de toneladas. A safra brasileira está estimada em 8,30 milhões de toneladas do cereal base beneficiado. A safra da Indonésia é projetada em 36,25 milhões de toneladas.
MERCADO – Em janeiro, como previsto, os preços mundiais subiram devido às escassas disponibilidades exportáveis e à reativação da demanda dos grandes importadores asiáticos, do Oriente Médio e dos africanos. A informação é do analista Patrício Méndez del Villar, do Cirad francês. Segundo ele, no início de fevereiro os preços começaram a baixar com a chegada da nova colheita asiática. A confirmação das boas colheitas deve estabilizar os preços mundiais. “Mesmo assim espera-se um mercado internacional mais tenso nos próximos meses”.
FAO – Os números da FAO, braço da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, são muito parecidos com os da USDA. Segundo estudo desenvolvido pelo socioeconomista Patrício Méndez del Villar, em 2009 a produção mundial deverá alcançar um nível recorde de 675 milhões de toneladas de arroz em casca, sendo equivalente a 445,4 mi-lhões de toneladas de arroz branco. “A maioria dos grandes produtores projeta o crescimento da produção interna, exceto no Vietnã e na Birmânia (Myan-mar)”, explica o analista internacional.
Ainda segundo del Villar, o comércio mundial em 2009 deve aumentar levemente para 30 milhões de toneladas, depois da queda de 5% em 2008 decorrente da disparada dos preços internacionais. “Com a recessão da economia mundial o consumo de arroz tende a se reforçar em detrimento de alimentos mais caros, como carnes e verduras”, explica. Com isso, os estoques mundiais no fim de 2009 podem crescer 6% para 116 milhões de toneladas contra 109 milhões de toneladas em 2008. Mais informações em www.infoarroz.org.