Produtividade em alta

 Produtividade em alta

Pré-germinado: produtividade é uma característica da lavoura de S. Catarina

Cultivares são responsáveis pela evolução da orizicultura catarinense
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A especialização na cultura do arroz entre os diversos estados brasileiros pode ser medida pela produtividade das lavouras e sua evolução, sobretudo nos últimos 10 anos. Santa Catarina, por exemplo, se destaca pelo crescente índice de rendimento de sua orizicultura (50,8% no período de 1996 a 2007), tendo alcançado na safra 2007/2008 uma produtividade média de sete mil quilos por hectare. 

O estado é o segundo maior produtor de arroz irrigado do Brasil depois do Rio Grande do Sul. Na safra 2007/2008 foram cultivados 153,1 mil hectares, que responderam pela produção de 1.018.100 toneladas. A previsão, de acordo com o segundo levantamento da safra de grãos 2008/2009, divulgado em novembro pela Conab, é de que este volume possa ser incrementado em até 6,3%, podendo chegar a 1.082.200 toneladas. 

A perspectiva de crescimento na produção estadual, na análise do assessor de marketing da Cooperativa Regional Agropecuária Sul Cata-rinense (Coopersulca), Luiz Fernando Bendo, deverá ser alcançada através do aumento da produtividade nas lavouras, de investimentos em pesquisa e do desenvolvimento de cultivares mais competitivas. “Até porque não tem como crescer mais em termos de área plantada”, lembra. Ele chama a atenção para o fato de que em municípios como Massaranduba e Agronômica alguns produtores conseguem obter até 12 mil quilos por hectare. Nos demais a média fica em torno dos sete mil quilos e 7,5 mil quilos por hectare.

MANEJO – A utilização de vari-edades com elevada capacidade produtiva, sementes de alta quali-dade, manejo da fertilidade e manejo de plantas invasoras e pragas têm sido os principais responsáveis pela evolução da orizicultura catarinense e o contínuo acréscimo em produ-tividade.
Este tem sido o foco do trabalho conduzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), na Estação Experimental de Itajaí, conforme explica o pesquisador Moacir Antonio Schiocchet.

Fique de olho
Para Luiz Fernando Bendo, da Coopersulca, o único obstáculo no caminho de uma safra mais produtiva em 2009 é o clima. “Tivemos problemas no início do plantio devido ao grande volume de chuvas em outubro, que bateu um recorde histórico. A água sobre o arroz na fase inicial torna difícil a entrada na lavoura para fazer os tratos culturais”, informa.

 

Longo ciclo produtivo

As principais cultivares atualmente em uso pelas cerca de 12 mil famílias que se dedicam ao cultivo do cereal no estado são Epagri 108, Epagri 109, SCS 112 e SCSBRS Tio Taka, todas de ciclo longo, alta capacidade de perfilhamento, resistência ao acamamento, elevado rendimento de engenho, adaptadas ao sistema pré-germinado e de alta capacidade produtiva. Resultam em grãos longo-finos, adequados à parboilização e ao beneficiamento como arroz branco. “O potencial de nossas cultivares ainda é bastante superior à média estadual. Portanto, a adoção de práticas de cultivo mais esmeradas, obedecendo às recomendações técnicas existentes, deverá ser um propulsor ao aumento da produtividade do arroz”, observa o pesquisador Moacir Antonio Schiocchet, da Epagri. 

Ele destaca que o trabalho na Estação Experimental continua a gerar cultivares cada vez mais competitivas, tanto em produtividade quanto em tolerância a doenças e adaptação às condições adversas de cultivo. “Assim deveremos lançar brevemente novas variedades de arroz irrigado com características superiores em produtividade e competitividade em relação às disponíveis atualmente”, garante.

PIA – Outra frente de trabalho que vai trazer benefícios a toda a cadeia produtiva, conforme o pesquisador, é o projeto Produção Integrada de Arroz, cujas ações visam oferecer produto final de qualidade comprovada e passível de rastreabilidade, além da sustentabilidade e a responsabilidade ambiental da atividade orizícola.

Um estado arrozeiro

O arroz irrigado em Santa Catarina é cultivado em aproximadamente 153 mil hectares, distribuídos em cinco regiões distintas por suas condições geográficas e edafoclimáticas: alto, médio e baixo Vale do Itajaí, litoral norte e região sul de Santa Catarina. A atividade é conduzida em 100% da área no sistema conhecido como pré-germinado, no qual a semeadura é efetuada em lâmina de água, com sementes pré-germinadas. 

O principal produto da agroindústria de arroz no estado é o parboilizado, o qual é comercializado principalmente no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Região Nordeste. O consumo de arroz beneficiado pelos catarinenses é em torno de 250 mil toneladas anuais, representando apenas 25% da quantidade total produzida. 

A modernização do parque industrial catarinense, aliada à produção das novas cultivares de alto rendimento comercial lançadas pela Epagri, permitiu à indústria obter arroz branco e parboilizado de cor mais clara e grãos maiores e uniformes, possibilitando desta forma ao produto competir com vantagens no mercado nacional. Existem 54 indústrias de beneficiamento do cereal associadas ao Sindarroz-SC, além de 16 pequenos engenhos não associados, que funcionam apenas nos meses de safra. 

A capacidade de benefi-ciamento é de 1,4 milhão de toneladas de arroz em casca, das quais um milhão são produzidas no estado e 400 mil toneladas são adquiridas principalmente do Rio Grande do Sul. Neste jogo comercial, apesar de importar, também são exportadas para outros estados diretamente pelos produtores ou pelos industriais 180 mil toneladas de arroz em casca.

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