Pronto para servir

 Pronto para servir

Cláudio Pereira: diversidade de pratos e produtos à base de arroz nos EUA

Indústrias inovam portfólios de produtos
de olho no consumidor
exigente do Século 21
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Atentas a uma nova realidade de mercado, as indústrias brasileiras, a exemplo do que já ocorre nos Estados Unidos e em boa parte dos países europeus, apostam em inovações que agregam mais sabor e praticidade à rotina do consumidor. A Sadia, marca do portfólio da BRF, está lançando com exclusividade no estado de São Paulo a linha de pratos congelados Arroz e Mais. Entre as opções estão arroz com peito de peru e ervilhas ao molho branco, arroz com calabresa e tomate seco ao molho de queijos e arroz com frango e creme de milho.

O mercado paulista foi escolhido para liderar esse lançamento pela tradição no consumo de produtos congelados. De fevereiro de 2012 a janeiro de 2013, a região foi responsável por 28,5% do consumo nacional de pratos prontos, segundo dados fornecidos pela Nielsen Retail. São comercializados em embalagens de 600 gramas, ideais para o consumo de duas pessoas.

A Josapar, líder no mercado de grãos com o Arroz Tio João, chega com a linha Cozinha Fácil, composta por pratos semiprontos tendo o arroz como base. O destaque da marca fica por conta do arroz à grega, que serve até quatro pessoas e fica pronto em poucos minutos. A linha conta ainda com arroz com curry, arroz com brócolis, arroz com funghi, arroz com tomate e manjericão e arroz com ervas. Entre as opções disponíveis no mercado, cabe destacar o arroz pré-pronto, da Copacol, e o arroz carreteiro pronto para servir, da Panco, elaborado com ingredientes naturais e sem conservantes. A embalagem a vácuo garante a conservação em temperatura ambiente por um ano.

Mas as inovações não param por aí. Em Jaguará do Sul (SC), a empresa de arroz Urbano investiu em um novo equipamento para produzir o macarrão de arroz. A massa alimentícia produzida do grão é um alimento rico em sabor, saudável e nutritivo. Apesar da forma diferenciada, o macarrão de arroz mantém os mesmos benefícios nutricionais. Os supermercados já estão recebendo a massa alimentícia de arroz com ovos nos formatos parafuso e pene, em embalagens com 500 gramas, e massa alimentícia de arroz Urbano Premium, nos formatos fusilli e penne, em caixas com 500 gramas.

Esta tendência, conforme o especialista em agronegócios José Nei Telesca Barbosa, mostra que o arroz está começando a sair da embalagem tradicional para fazer parceria com o frango, o camarão, a calabresa e outros ingredientes. “Com isso, assume outro preço, que não é a referência do saquinho, de R$ 1,80 ou R$ 2,20 o quilo. É a comida pronta para o novo consumidor, que está disposto a pagar R$ 6,00 a R$ 8,00 por 600 gramas”, resume Barbosa.
O presidente do Irga, Cláudio Pereira, em recente visita aos Estados Unidos, ficou impressionado com o volume de pratos à base de arroz disponível nos supermercados. “É muito expressivo, o que nos mostra que temos um campo muito vasto para avançar em termos de consumo”, avalia.

Inovação vertical

Novo status: o arroz como prato principal

A constatação levantada pelo economista do Sistema Farsul, Antônio da Luz, de que o consumo de arroz da forma tradicional já atingiu seu “ponto de saciedade” abre espaço para uma nova questão: qual o futuro para a linha mais tradicional do arroz? O pesquisador da Cientec/RS, Gilberto Wageck Amato, aponta alguns indicativos: “Na chamada ‘inovação horizontal’, com pequenos aportes em conhecimento e investimento, poderiam ser colocados no comércio arrozes com uma ou mais das seguintes características: orgânico, integral, com denominação de origem, parboilizado com gelatinização controlada, de cozimento rápido, com grãos inteiros verdadeiros (fora da definição oficial do falso inteiro – maior que ¾)”, descreve.

Segundo ele, caberia apresentar o produto em embalagens menores, a vácuo. Porém, o registro tem que fugir da cultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que, de ‘costas para o mercado’, reluta há décadas em liberar um arroz com atributos especiais, qualificados internacionalmente como premium ou extra”, argumenta. O consultor da GeAgro Consultoria e Gestão de Agronegócio, Rodrigo Rizzo, recomenda que empresas devam seguir a atual tendência de compra dos consumidores. “Como? Primeiro, ouvindo o que estes pensam.

A busca de produtos com certificação é uma realidade na maioria dos alimentos. E o arroz, alimento milenar mais ingerido no mundo, depois da água, não é diferente. Temos espaço para crescer nesta área, porém não se pode falar em certificar sem antes rastrear. A tendência é de que as grandes indústrias de beneficiamento venham a certificar seus produtos, colocando nas gôndolas dos supermercados um produto que se possa identificar e monitorar a sua origem. Ou seja, um produto diferenciado, podendo até estar vinculado a um território ou região específica de produção”, sugere Rizzo.

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