Rendimento do arroz comparado à soja é 20% maior no MT

Apesar da crise nos preços do arroz este ano, o produto pode ter vantagens em algumas épocas e regiões, segundo a APA-MT.

A orizicultura tem sido a melhor remuneração dos últimos cincos anos, cerca de 20% a mais se comparada a soja. A afirmação é do presidente da Associação dos Produtores de Arroz de Mato Grosso (Apa/MT), Ângelo Maronezzi. “Conseguimos qualidade e rentabilidade com poucos investimentos. A soja para render, requer um custo maior, e que para esta safra não está compensando”, explica.

Segundo o presidente da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Macel Félix Caixeta, o setor virou “pára-choque entre grandes compradores e vendedores, porque os preços do insumos estão sem controle e os produtores sem receita”.

Segundo Caixeta, o custeio da safra 04/05 brasileira vai demandar, por parte dos produtores, R$ 66,9 bilhões, enquanto que a receita prevista é de apenas R$ 49,4 milhões, ou seja, um déficit para o produtor de R$ 17,5 bilhões.

O presidente da Faeg destaca que de fato a sojicultura, pela importância que tem para o agronegócio, é a mais prejudicada. “As contas entre receita e despesa não fecham”. Em todo país, o plantio do grão soma custos de R$ 33, bilhões para uma projeção de receita R$ 25,2 bilhões. O milho 1ª safra também está prejudicado com custos x receitas, desmotivadores: a produção brasileira está orçada em um custo de R$ 15,5 bilhões para uma receita de R$ 8,2 bilhões.

Nos números apresentados por Caixeta, somente o arroz de terras altas e o algodão, mesmo que com pequena margem de lucro, ainda fechariam as contas de maneira positiva. Caixeta explica que o custeio do arroz no Brasil vai custar R$ 4,9 bilhões para uma receita prevista de R$ 6,4 bilhões. Para o algodão, a relação é de R$ 3,3 bilhões de custos e receita de R$ 4,1 bilhões.

O presidente da Apa/MT exemplifica a importância da cultura como fonte de renda para o produtor. “Na variedade Cirad, por exemplo, é muito fácil sair da rentabilidade de 55 sacas por hectare (ha) para alcançar 100 sacas/ha, sem que isso implique em grandes investimentos. No arroz, felizmente, os custos de produção não aumentam na mesma proporção que a produtividade e qualidade”, aponta Maronezzi.

Na estimativa de custos médios da produção em Mato Grosso, elaborado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (IMEA), da Famato, os custos fixos e variáveis demandam investimentos de cerca de US$ 485,00, ou, R$ 1,4 mil. Ambos valores levam em consideração uma produtividade de 60 sacas/ha e uma cotação de câmbio a R$ 3,00.

Maronezzi explica que o plantio está seguindo no Estado e que a previsão é de totalizar uma área de orizicultura de 600 mil/ha. Até o final desta semana, o presidente da Apa estimava uma evolução de plantio de cerca de 25% a 20% sobre o volume projetado. “Aposto em uma colheita após o dia 20 de janeiro, o que vai contribuir para a comercialização”, frisa.

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