Ritmo quente

 Ritmo quente

Demanda impulsiona
o comércio mundial,
que deve crescer 6%
.

 Se no Brasil a comercialização andou o primeiro semestre com preços baixos, a realidade no comércio internacional é outra e os países exportadores da Ásia estão fazendo a festa. Depois de registrar uma queda de 7%, para 41,6 milhões de toneladas em 2016, o comércio mundial aqueceu no primeiro semestre de 2017, tendência que deve se manter até dezembro diante da expectativa de incremento de 6% no volume movimentado entre os países. Nos últimos cinco anos, 2016 registrou a menor movimentação internacional por causa da redução da demanda asiática e do escasso crescimento das compras africanas. Os preços subiram.

Patricio Méndez del Villar, analista do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), lembra que em 2016 os exportadores sofreram com a redução do comércio. As exceções foram Tailândia e Paquistão, com vendas mais estáveis. Em 2017 os preços evoluíram puxados por demanda mais forte, frustração de safra em alguns importadores, ajustes cambiais em diversos países e políticas de recomposição de estoques. Por isso, de acordo com as últimas projeções da FAO, o comércio mundial do grão, ao aumentar 6%, superará 44,2 milhões de toneladas em base casca. No entanto, será inferior ao recorde de 45,5 milhões de toneladas em 2014.

Os estoques mundiais de arroz no fim de 2016 caíram 2%, para 171 milhões de toneladas. A contração afetou de forma mais importante Índia e Tailândia. Este último pretende ser líder em vendas na temporada e segue liquidando os estoques antigos, parte sem condições de consumo humano e direcionada à produção de etanol e ração animal. Em 2017 as reservas globais devem se manter estáveis, em 171 milhões de toneladas, nível confortável, equivalente a um terço do consumo mundial. Note-se, porém, que metade deste volume permanecerá na China, que se manterá ativa e a maior compradora do produto no planeta.

Produção
De acordo com a FAO, a produção global em 2016 aumentou 1,6%, para 750 milhões de toneladas de arroz em casca (500 milhões de toneladas beneficiado) contra 740 milhões de toneladas de 2015. “Houve aumento das áreas semeadas e boas condições climáticas”, explica Patricio Méndez del Villar. Já no Sudeste Asiático e regiões orientais os resultados foram fracos, casos da Indonésia, Vietnã e China. Na África, exceto aquelas atingidas por seca no sul, as colheitas foram satisfatórias. A anomalia climática também impactou a produção na América Latina e no Caribe na safra 2015/16. No Mercosul, no ciclo 2016/17 as colheitas foram boas, especialmente no Brasil. Já a produção norte-americana pode diminuir perto de 10% em 2017 pela queda na área semeada e problemas de clima. A colheita, a partir do final de agosto, retrata um recuo estratégico de alguns estados frente aos preços mais baixos da última temporada.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter