RS: muita calma nessa hora

 RS: muita calma nessa hora

Mainardi: o RS sabe produzir arroz

Área e produção em queda
na lavoura gaúcha
para a safra 2011/12
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A lavoura do Rio Grande do Sul, que representa perto de 64% da produção nacional de arroz, será 8,6% menor para a safra 2011/12, segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). De 1,17 milhão de hectares semeados no ciclo 2010/11, a área deve cair para 1,07 milhão de hectares, um recuo de 100 mil hectares.

Três fatores foram determinantes para cair a superfície plantada: os baixos preços praticados pelo mercado nos dois últimos anos, que retiraram a rentabilidade do produtor, o grau de endividamento e comprometimento das garantias, que impediram o acesso de muitos arrozeiros ao crédito oficial, e o clima, que afeta pela baixa reserva de água para irrigação nas barragens da Campanha e Fronteira Oeste, e com a previsão do fenômeno La Niña fraco, que vai gerar estiagem na região arrozeira.

A produtividade também será menor do que os 7,6 mil quilos por hectare da safra passada na estimativa da Conab, passando a 7 mil quilos, queda de 8,6%. Com isso, o Rio Grande do Sul deverá produzir 7,49 milhões de toneladas no próximo ciclo, ou 9,8% menos arroz do que produziu na safra recorde 2010/11, quando alcançou 8,3 milhões de toneladas.

A diferença está na redução dos insumos e tecnologias aplicadas na lavoura. “Sem recursos disponíveis, parte dos rizicultores reduzirá o volume e a qualidade dos insumos, como a adubação, defensivos e mão de obra”, alerta Renato Rocha, presidente da Federarroz. Só o preço dos fertilizantes aumentou quase 50% em algumas regiões.

Em razão das chuvas de outubro, que compensaram em parte o déficit hídrico das barragens gaúchas, e do atraso no acesso ao crédito, o plantio da safra de arroz no Rio Grande do Sul também atrasou. Este será mais um fator de queda na produtividade, segundo os técnicos do Irga e da Federarroz.

“A falta de renda ao produtor alterou toda a programação de preparo do solo, aquisição de insumos e processos de cultivo, o que foi agravado pela falta de água nas barragens, que afetou o dimensionamento da lavoura”, explica Rocha. Para a Federarroz, a queda da área no Rio Grande do Sul pode ser maior. “Muita gente vai optar por plantar soja ou entrar com pecuária nas áreas de arroz de menor produtividade”, explica o presidente da federação.

DIFERENCIAL

Apesar do pessimismo de alguns setores com relação à safra, vale lembrar que no Rio Grande do Sul um clima mais seco, se as barragens se recomporem, pode garantir uma produtividade mais elevada. A tecnologia de cultivo evoluiu tanto que o arroz gaúcho sempre pode superar as expectativas de produção.

FIQUE DE OLHO

Para o secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Luiz Fernando Mainardi, a redução produtiva prevista para a próxima safra, aliada ao recorde de exportações do cereal alavancado pelo estado, provocará um equilíbrio maior entre oferta e demanda de arroz em 2012, o que deverá favorecer um ajuste de preços acima do mínimo de garantia do governo federal, de R$ 25,80 por saca de 50 quilos. Para o presidente do Irga, Cláudio Pereira, o produtor de arroz compensará a queda de área e a falta de renda com a prática e o conhecimento que detém sobre a lavoura. “Temos hoje a lavoura de maior produtividade média do mundo, graças à tecnologia desenvolvida por instituições como o Irga, e isso se fará valer em mais esta safra”, argumenta.

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