Safra avança rápido, mas a seca afetará a produção na Argentina

 Safra avança rápido, mas a seca afetará a produção na Argentina

(Por Agrositio) A colheita do arroz começou com um avanço de 54% sobre a área estimada. Dada a situação dos incêndios em Corrientes, registra-se uma queda na superfície e são esperadas perdas de rendimento devido ao pulso seco.

No passado, a produção de arroz era cultivada em áreas tropicais da Ásia, mas ao longo do tempo foi se adaptando a diferentes regiões e continentes. A América ocupa o segundo lugar entre os principais continentes produtores de arroz do mundo, com uma participação estimada de 5% da produção global.

Em nível de país, Brasil e Estados Unidos são fundamentais em termos de produção no continente. Em relação ao nosso país, está longe de estar entre os principais países produtores. No entanto, a Argentina possui variedades de alto rendimento, que possuem qualidade superior para a arte culinária, além de serem resistentes a pragas e doenças, o que nos posiciona em uma posição privilegiada como exportador no mercado internacional. (MAGYP, 2017) arrozeira 2021/22 já teve início no corrente mês de março, com uma área plantada que se manteve estável face ao ciclo anterior em 200 mil hectares, segundo estimativas atuais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca (MAGyP).

Em relação à fase de semeadura entre setembro e novembro passado, o andamento dos trabalhos na área estimada situou-se desde o início acima da média dos últimos cinco anos em termos relativos, embora aquém do ciclo anterior durante boa parte da janela de implantação. Por outro lado, atualmente as tarefas de colheita do cereal 2021/22 já começaram com avanços superiores a 54% da área estimada.

Em relação às safras anteriores, a colheita de grãos começou rapidamente, embora tenha havido certa desaceleração nas últimas semanas. A partir de 25 de março, encontramos um avanço relativo igual ao ciclo 2020/21, embora acima da média das últimas cinco campanhas na mesma época do ano, que apresentam um recorde médio de 47% respectivamente.

No entanto, em relação ao estado das culturas, no relatório mensal de fevereiro de 2022 do MAGyP, foi relatada uma perda de superfície na província de Corrientes, devido à intensa seca e, em menor grau, aos incêndios ocorridos. Por sua vez, neste contexto, a falta de água também tem causado irrigação insuficiente, o que resultaria na diminuição do rendimento final, embora ainda não existam estimativas oficiais da produção total.

Como informação adicional, no recente relatório mensal de março, o MAGyP estima, com base na área colhida até o momento, uma produtividade média de 6,5 toneladas/ha para o arroz longo fino.

Enquanto para o arroz de largura longa, uma produtividade média de 4 toneladas/ha. Desta forma, os rendimentos são efetivamente inferiores ao esperado devido aos fatores mencionados anteriormente.

Se analisada a situação do balanço do arroz, nas últimas três campanhas verificou-se uma queda dos stocks finais em linha com a maior procura de consumo e exportação. Dessa forma, o ciclo 2021/22 começaria com os estoques mais baixos desde pelo menos o ciclo 2018/19. Enquanto, com base no que foi mencionado acima, ainda há incerteza quanto ao volume a ser produzido e tonelagens viáveis ​​a serem exportadas, apesar da manutenção da área plantada da safra 2020/21.

Olhando para uma perspectiva histórica do cultivo de arroz na Argentina, após 20 anos de estabilidade, na década de 1990 houve um boom na expansão da área plantada, atingindo o recorde de 290.850 hectares e uma produção de 1,66 milhão de toneladas na safra 1998/99 ciclo. A partir de então, observou-se uma grande contração da área em sintonia com a crise econômica que eclodiu no início dos anos 2000.

Então, de mãos dadas com a recuperação econômica local, o investimento no plantio de arroz alcançou, atingindo uma área plantada de 257.847 hectares no ciclo 2010/11 que, embora não tenha sido recorde em área, os maiores rendimentos permitiram que a produção atingir um novo máximo com 1,75 milhão de toneladas. A partir desse momento, retomou-se um percurso errático que levou a uma nova queda da área plantada com um piso de 185.300 hectares na campanha 2019/20, e uma recuperação da superfície nos últimos dois anos.

Finalmente, no que diz respeito à evolução dos rendimentos médios por hectare a nível nacional, a cultura do arroz apresentou grandes progressos em termos de rendimentos no último meio século. Do ciclo 1978/79 à atual campanha 2020/21, as toneladas obtidas por hectare aumentaram 138%, com o último ciclo produtivo atingindo um recorde histórico em termos de produtividade.

Destaca-se nos primeiros anos do novo século um avanço sustentado nas melhorias de produtividade, enquanto na última década se observa uma estagnação em termos de avanços significativos. Esta última melhoria da produtividade deve-se à introdução de novas variedades mais produtivas, paralelamente à utilização de técnicas de cultivo melhoradas.

O INTA apresentou uma nova variedade de arroz que começou a ser utilizada na campanha 2004/2005, denominada “Camba INTA-Proarroz”, que combina alto potencial produtivo com excelente qualidade de grão e supera variedades de maior rendimento em percentuais de grão integral e grão cristalino: seu rendimento varia em média de 7.000 a 8.800 kg/ha, o que resulta em excelente desempenho na planta industrial.

A difusão desta variedade contribuiu para melhorar a qualidade do arroz argentino, possibilitou melhores preços e acesso a mercados mais exigentes. (*Por Por Bruno Ferrari – Emilce Terre – Julio Calzada; Fonte: Bolsa de Valores de Rosário).

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