Subestimado

 Subestimado

Mapa projeta para 2021.

A Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), com apoio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgou no final de agosto de 2011 o estudo Projeções do Agronegócio Brasil 2010/11 a 2020/21. Pelo estudo, o Brasil colherá quase o mesmo volume de arroz da safra 2010/11 daqui a 10 anos, o que, para o setor, indica que as projeções foram subestimadas.

Segundo levantamento divulgado em outubro pela Conab, em 2010/11, a produção do Brasil alcançou 13,61 milhões de toneladas, mas o Mapa projeta 13,74 milhões de toneladas para a safra 2020/21, um crescimento menor que 1%. Neste caso, a projeção parte de 12,5 milhões de toneladas colhidas na safra atual, o que monstra um desvio de 1,11 milhão de toneladas na base do estudo. Se mantido o percentual, então o Brasil, em 2021, colheria 13,88 milhões de toneladas, um volume baixo, considerando os padrões atuais. Vale lembrar que, por falta de rentabilidade, endividamento do setor e fatores climáticos, a produção brasileira poderá cair para até 12,5 milhões de toneladas na próxima safra, o que fortaleceria o argumento do Mapa.

O limite inferior de produção em 2010/21 é de 8,44 milhões de toneladas, ou seja, a produção pode até cair 5,2 milhões de toneladas ou aumentar para 19,03 milhões. Ou seja, o Brasil pode encolher em 38,6% a sua safra em 10 anos ou aumentar 38,5%. Baseado apenas nas projeções médias, a relação entre produção e consumo de arroz mostra ajuste, indicando a tendência de importações nos próximos anos – o que contraria a opinião da cadeia produtiva, que julga uma questão de tempo e ajuste do mercado para o Brasil ser autossuficiente, como na safra passada, e um grande exportador mundial.

IRRIGADO

Pelo estudo, a produção em 2020/21 será de 13,7 milhões de toneladas, baseada no arroz irrigado, pois a área de sequeiro deve manter a trajetória de retração, dando lugar à soja, milho, algodão e cana-de-açúcar. O consumo do cereal no Brasil acompanhará esse pequeno crescimento, passando da faixa de 12,5  a 13 milhões de toneladas para 14 milhões de toneladas. O déficit produtivo será compensado pelos estoques privados e públicos e alguma importação. Considerando que o Brasil entrou de vez no mercado externo também como exportador, o Mapa estima a importação brasileira entre 977 mil toneladas e 3,17 milhões.

FIQUE DE OLHO

A produção nacional de arroz está distribuída da seguinte forma: Rio Grande do Sul – 64,4% da produção nacional, Santa Catarina – 8,3%, Mato Grosso – 5,4% e Maranhão – 4,4%. Pelo estudo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem ampliar a produtividade e manter a área estável. Maranhão e Mato Grosso devem reduzir. A superfície semeada passará de 2,6 milhões de hectares em 2010/2011 para 1,6 milhão em 2020/2021. A redução é de 1 milhão de hectares.

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