Superação no Cone Sul
Expansão de área garantiu colheita maior no Mercosul
Os quatro países arrozeiros que formam o Mercosul, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, somados, produziram 3,7% mais arroz na safra 2023/24 do que na temporada anterior, segundo os números apurados junto às instituições, governos e consultorias em cada país.
A colheita somou 14,365 milhões de toneladas, 518 mil a mais que em 2022/23, em área de 2,128 milhões de hectares (120 mil sobre 2022/23), perfazendo média de 6.750 quilos. A produtividade média caiu, mas a produção cresceu em 120 mil t.
A evolução baseada no aumento da superfície semeada chegou a 6%. A exceção foi o Uruguai, que retraiu 7% na dimensão da sua lavoura.
O Brasil, com quase três vezes a soma das zonas de cultivo realizadas nos demais países do bloco, fez a diferença, mas Argentina e Paraguai também ampliaram hectares no ciclo.
El Niño e Preços
Dois fatores concorreram para a elevação da área de arroz: a projeção de El Niño intenso e mais chuvas no Cone Sul, o que levou à contração das áreas de soja em terras baixas por sua suscetibilidade ao encharcamento, e boas médias de preços do arroz ao longo de 2023.
Os quatro países perderam 70 mil hectares, ou 500 mil toneladas.
Para a temporada 2024/25, levando em conta a volta do clima de La Niña, mais seco na região, mas com reservatórios de água cheios para garantirem a irrigação, as produtividades médias deverão se elevar.
Espera-se o cultivo de 2,071 milhões de hectares e produção total acima de 15,1 milhões de toneladas.
O que poderá mudar isso é o próprio clima, um excesso de oferta pela safra norte-americana em agosto/setembro – temporada inversa – e interferência do governo brasileiro no mercado, se for confirmada a aquisição ao menos parcial do cereal nos leilões de importação.
Isso deverá manter preços menos competitivos no bloco e, por isso, a área arrozeira poderia ser reduzida, com algumas lavouras sendo direcionadas para o cultivo da soja em terras baixas.