Todos por um

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Dependência do mercado brasileiro e alta dos custos afetam arroz do Mercosul

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 Altos custos de produção, preços baixos, rentabilidade comprometida, endividamento crescente e dificuldades de acesso ao crédito oficial… o cenário parece retratar o Sul do Brasil, mas é também esta a realidade dos rizicultores dos países parceiros do Mercado Comum do Sul (Mercosul) – Argentina, Paraguai e Uruguai – na atual temporada. Cada nação tem suas particularidades, mas, de forma geral, a atividade arrozeira passa por dificuldades similares e que vão muito além das fronteiras.

Argentina e Paraguai, por exemplo, reduziram a área plantada para esta temporada. O Uruguai, na contramão, ampliou em 3 mil hectares. Além do custo de produção, o mercado brasileiro em baixa – também em dólar – afeta a receita gerada pela exportação por estes países.

No Uruguai, os preços estabelecidos pela indústria, governo e produtores caíram, mesmo com devolução de impostos, e devem ficar em US$ 9,30. Pelo dólar de 17 de julho, a R$ 3,18, equivale a R$ 29,57, 25% mais barato que o grão brasileiro na mesma data. Esta situação, entende o presidente da Associação de Cultivadores de Arroz (ACA), Alfredo Lago, pode reduzir em 10% a área plantada em 2017, para perto de 148 mil hectares. Com apenas 450 arrozeiros no país, o setor teria uma dívida próxima de US$ 120 milhões, segundo a ACA, que buscou junto ao presidente do país, Tabaré Vasquez, uma solução.

O Paraguai semeou menos na atual temporada. Faltou crédito e sobraram dificuldades de logística, elevação dos custos e entraves ambientais e as dificuldades aumentaram com a necessidade de baixar os preços para seguir escoando grandes volumes ao Brasil, seu principal cliente, o que afeta a capacidade de gerar renda ao setor.

A Argentina enfrentou situação ainda mais difícil com baixa produtividade, altos custos e perda de espaço na concorrência com os paraguaios e uruguaios no mercado brasileiro. Foi um ano que, apesar do clima favorável, houve maior dificuldade de acesso ao crédito e muitas incertezas com relação ao comportamento do Brasil, seu grande mercado consumidor.

Lago: queda de até 10% na área em 2017/18

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