Trans

A companhia indiana Mahyco está desenvolvendo variedades geneticamente modificadas de arroz para impulsionar a produtividade e conter as perdas decorrentes de seca, pragas e salinidade. A norte-americana Monsanto detém uma fatia de 26% na Mahyco. A empresa indiana conduz testes para um arroz transgênico com eficiência ao uso de nitrogênio e planeja levá-lo aos campos, mas espera os certificados dos governos estaduais em Andhra Pradesh e Maharashtra. Experimentos em campo já são feitos para uma variedade de arroz tolerante à salinidade. Depois de concluída, o próximo passo será obter permissão para testes de larga escala em múltiplas localidades. Cultivares resistentes às pragas e seca também são avaliadas.

Da hora
I A Sadia, marca da BRF, lançou para o estado de São Paulo a linha de pratos Arroz e Mais. Este estado concentra 29% do consumo de pratos prontos e congelados do Brasil. Entre as opções estão arroz com peito de peru e ervilhas ao molho branco, arroz com calabresa e tomate seco ao molho de queijos e arroz com frango e creme de milho. Esta foi uma grande inovação ao portfólio de pratos congelados, atualmente dominado pelas receitas de massas.

II O arroz, além de ser a base da alimentação do brasileiro, é uma boa fonte de sais minerais e vitaminas. Com esse lançamento, ele passa ser o protagonista na categoria de pratos prontos e surpreende por apresentar-se, após o preparo, soltinho e macio, combinando perfeitamente com os demais ingredientes da receita, segundo a empresa fabricante. A cadeia produtiva gaúcha comemorou a iniciativa, uma vez que esta estratégia de consumo pode retomar parte do espaço que o arroz perdeu para seus sucedâneos, como é o caso do trigo em pratos congelados e fast-foods.

Monte Aprazível para fazer galinhada

Um fato retratado pela imprensa no início de fevereiro surpreendeu pelo inusitado. O zelador do Cemitério Municipal de Monte Aprazível, no inteior do estado de São Paulo, Antônio Ribeiro, 53 anos, cultivou arroz em áreas abandonadas do terreno. O objetivo, segundo ele, é comer uma “galinhada” com os amigos. Ele também costuma plantar melancia e algodão nas áreas de túmulos abandonados ou desocupadas. No ano passado, ele colheu 20 quilos de arroz já descascado. Para este ano, espera colher uns 25 quilos. Nos comentários no site www.planeta arroz.com.br, a preocupação de alguns leitores é se a produção vai mexer com o quadro de oferta e demanda da Conab para a safra 2014/15. Lógico que estes comentários não passam de uma brincadeira.

Salgado

Em um programa experimental, dois professores da Universidade de Hainan e outros pesquisadores da Academia Provincial de Ciências Agrícolas de Hunan, na China, plantaram 18 variedades de arroz resistente ao sal em 0,2 hectare de terra salina-alcalina ao longo da costa marítima da cidade de Yancheng, na Província de Jiangsu, leste do país. Após a colheita, em outubro, uma variedade teve uma produção similar às plantadas em terras de cultivo normais. A plantação experimental será ampliada em 2014. Yangcheng tem atualmente 410 mil hectares de pântanos costeiros, mas a terra salina-alcalina está expandindo em 2 mil hectares anualmente, afetando o cultivo de arroz no país.

Baixou

O final de 2013 trouxe uma notícia surpreendente a respeito dos preços do arroz ao consumidor. Apesar da valorização do grão ao produtor ao longo do ano – que desencadeou uma operação de controle da inflação e oferta de estoques pelo governo –, o grão ficou mais barato nas gôndolas dos supermercados. Aliás, o arroz com feijão, prato tipicamente brasileiro, ficou mais acessível. Levantamento da Associação Paulista de Supermercados indica que o preço do arroz recuou 9,05%, enquanto o feijão caiu 24,90%, no ano passado.

No mínimo

I O presidente da Comissão do Arroz da Farsul e da Câmara Setorial Nacional do Arroz, Francisco Schardong, vem defendendo que o governo federal revise o valor atual de R$ 25,80 por saca de 50 quilos de arroz, congelado há três anos. Segundo ele, embora atualmente o mercado do arroz não indique que precisará de suporte à comercialização pelo governo federal, é preciso se prevenir de eventuais interferências – o que é histórico no Brasil. No caso de necessidade, destaca que é melhor ter um piso em R$ 27,00, por exemplo, do que em R$ 25,80. A expectativa do setor é de que o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, anuncie o novo valor na Abertura da Colheita, em Mostardas (RS), dia 22 de fevereiro.

II A defesa do reajuste do preço mínimo por algumas lideranças do setor, no entanto, não têm o apoio integral dos arrozeiros. Walter Arns, conhecido produtor de Uruguaiana (RS), por exemplo, não concorda. Segundo ele, em geral, as interferências do governo no mercado de arroz geram prejuízos aos produtores, mais cedo ou mais tarde. “O governo está sinalizando que não quer mais bancar o custo altíssimo de carregar estoques que depois são usados para afetar as regras do mercado contra o próprio produtor. Devemos esquecer o preço mínimo e buscar alternativas mais eficientes, que levem à maior competitividade nas exportações”, resume.

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