Um continente, várias realidades

 Um continente, várias realidades

Nas Américas, o mercado de arroz vem se mantendo aquecido graças à política de vendas externas estadunidenses e à safra menor do Mercosul. O economista Patrício Méndez del Villar, do Centro de Cooperação Internacional de Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), destaca que nos Estados Unidos a referência de exportação permanece quase inalterada em julho, mas crê que começará a cair. Estamos às vésperas da nova safra, no final de agosto e setembro, que poderá ser 20% superior em relação a 2015.

Segundo o economista, as vendas dos EUA progrediram apenas 10 mil toneladas, para 310 mil, em julho. Os embarques registram uma retração de 8% comparados ao mesmo período do ano passado. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros do arroz em casca baixaram 8%, para US$ 230/t contra US$ 249/t um mês antes. No início de agosto os preços futuros seguiam recuando para US$ 210/t.

No Mercosul, os preços externos subiram 3,5% em um mês. No Brasil, os embarques diminuem e as importações podem superar as vendas externas pela primeira vez desde 2010 por causa da safra mais fraca e a valorização da moeda local perante o dólar. Em julho o preço indicativo do arroz em casca brasileiro aumentou 13%, para US$ 308/t contra US$ 272/t em junho. No início de agosto o preço do arroz em casca se estabilizava em torno de US$ 310/t. Os estoques de passagem concentrados nos países vizinhos, como Argentina, Uruguai e Paraguai, foram escoados com o avanço sobre mercados regionais como a América do Sul, Central, Caribe, Oriente Médio e África.

ÁFRICA
A África Subsaariana está entre os principais destinos de arroz do mundo fora do continente asiático. A Nigéria é o segundo maior importador do mundo. Países da região são grandes clientes de quebrados de arroz do Brasil e do Mercosul. Nesta região, as colheitas devem crescer 3% em 2016, alcançando cerca de 18,5 milhões de toneladas (beneficiado). Segundo Patrício Méndez del Villar, as colheitas também devem ser mais abundantes na África Ocidental graças às políticas de incentivo ao setor orizícola local.

Em contraste, na África Oriental e Austral a produção deve aumentar só 1% por causa de chuvas escassas ou tardias no começo do ciclo vegetativo. “O aumento da produção africana deve limitar as importações em 2016, primeira vez desde 2008. No entanto, a queda dependerá muito da efetiva redução da demanda nigeriana, o maior importador daquele continente”, afirma.

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