Um pequeno passo em frente
Área pode crescer na safra 2023/24. E isso exige cautela
A conjuntura climática, com expectativa do fenômeno El Niño ganhar força nesta primavera, e a recuperação dos preços do arroz pelo contexto internacional são algumas das causas que justificam um sentimento de que a área semeada com arroz no Rio Grande do Sul – e no Brasil – poderá ficar entre estável e apresentar pequena recuperação depois de vários ciclos de queda.
“Sob El Niño cresce o risco para milho e soja em várzeas, e se os preços se recuperarem com queda nos preços dos insumos e outros grãos não tiverem mesma reação, é normal o produtor aproveitar a estrutura e semear arroz. Há casos que é só a rotação de cortes”, disse Alexandre Velho, presidente da Federarroz.
E ele pediu cautela. “Podemos dizer que o teto de área no RS fica entre 800 mil e 900 mil hectares para uma oferta equilibrada à demanda e preços que compensem os investimentos”, explicou. O Irga divulgará a intenção de plantio durante a Expointer.
A Safras & Mercado indicou avanço de 2,6% na área gaúcha, para 892,3 mil hectares, 2,4% em Santa Catarina, para 151,2 mil hectares, e, no Brasil, também em 2,6%, para 1,528 milhão de hectares. Evandro Oliveira, da Safras, vê a busca dos agricultores por minimizarem os riscos climáticos como fundamental nesse sentido.
“Levarão em conta os custos de produção de cada cultura. Se a do arroz estiver mais baixa em comparação à soja e com menor risco climático, será fator adicional à decisão por área”, frisou. Diante das circunstâncias de clima e da própria relação de troca entre arroz x insumos, portanto, há uma boa possibilidade do Rio Grande do Sul dar um pequeno passo em recuperação de área.
Fique de olho
Para o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, “o produtor deve ser comedido caso decida ampliar área”. Mesmo o arroz pode ter problemas no caso de enchentes sob El Niño e o aumento da oferta gera pressão sobre os preços.