Valorização a caminho

 Valorização a caminho

Camilo Oliveira: câmbio preocupa

Cenários indicam arroz com melhor preço em 2007
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A tendência de safras mais ajustadas em 2006/2007 no Brasil e Mercosul, estoque de passagem menor e os preços internacionais em alta são fatores que indicam um cenário de comercialização mais positivo para o arroz em 2007. Mais uma vez, a expectativa de valorização do cereal recai sobre o segundo semestre em razão da maior oferta concentrada nos primeiros meses após a safra. Os principais analistas de mercado do arroz consideram essa tendência bastante provável, embora reconheçam que existem muitos fatores capazes de interferir no cenário.

“O clima no Brasil e no Mercosul, a gestão de estoques do Governo e o nível de paridade de preços com o mercado internacional poderão interferir diretamente neste cenário”, reconhece o analista de Safras & Mercado, Tiago Sarmento Barata. Segundo ele, o comportamento de preços até a safra terá influência direta nos preços do primeiro semestre de 2007. “E a gestão dos estoques públicos e a oferta de arroz do Mercosul, e até de terceiros mercados, a partir do mês de novembro serão fundamentais para a definição de uma tendência de preços até março”, reconhece.

Para o mestre em Economia e Desenvolvimento Camilo Feliciano de Oliveira, do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), 2007 deve ser um ano de melhores preços ao produtor, apesar da intenção do Governo Federal em manter controlado e acessível o preço da cesta básica. Ele acredita em preços variando entre o mínimo de R$ 22,00 e a paridade com o mercado internacional (entre R$ 29,00 e R$ 31,00). “Após três safras com preços em queda, a crise econômica por que passou o setor e a prolongada estiagem são fatores que indicam eqüidade entre oferta e demanda. Isso deve minimizar os efeitos do excesso de produto sobre os preços pagos aos produtores”, destaca.

CÂMBIO – Segundo Oliveira, se o quadro de oferta e demanda de arroz no Brasil – a se confirmarem as projeções de Conab e USDA – parece favorável aos produtores, a taxa de câmbio é a principal fonte de preocupações. Apesar da perspectiva de melhora, a manutenção do real valorizado frente ao dólar proporciona um preço de paridade internacional na faixa de R$ 29,90 e R$ 30,54 o saco de 50 quilos, segundo dados da Conab. “O teto de preços do arroz na safra 2006/2007 será determinado por essa paridade com o mercado externo”, garante.

Segundo relatório da Conab, “o mercado nacional não tem capacidade de absorver volumes maiores de produção e que a participação do Brasil no mercado internacional, como exportador, é insignificante para dar vazão ao eventual excedente de produção doméstica. Isso significa dizer que a produção ideal para abastecer o mercado interno, com o produto sendo suficientemente remunerado e o consumidor dispondo do produto por preços aceitáveis, não deve ultrapassar volumes entre 12 e 12,5 milhões de toneladas”.

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