Governador Rigotto é contra embargo ao arroz argentino

Governador reforça que momento é de negociação. Farsul mantém sugestão de bloqueio à Argentina.

A retaliação à Argentina, proposta pela Farsul como resposta às medidas restritivas do país a produtos brasileiros, foi descartada ontem pelo governador Germano Rigotto. ‘Temos que ir para a mesa de negociações com muita firmeza, mas retaliar seria uma última alternativa, pois pode nos levar a uma guerra comercial com conseqüências desconhecidas.’

O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, que propôs o bloqueio a 340 mil toneladas de arroz argentino nessa quarta-feira, informou ontem à noite, após reunião do conselho da federação, que a diretoria está autorizada ‘a detonar o processo a qualquer momento’. Lembrou, porém, que, se ocorrer retração da Argentina, se torna desnecessária a ação.

O governador admitiu a possibilidade de negociar limites para a exportação ao mercado argentino. ‘O limite não pode é significar barreiras comerciais nem decisão unilateral que comprometa o Mercosul. O bloco deve estar fortalecido para negociar com a UE.’

Disse ainda estranhar a ameaça de embargo à carne suína. ‘O setor inclusive está exportando menos que em 2000 e 2001.’ Na sua avaliação, a atitude do governo argentino é normal e se deve à perda de competitividade dos seus produtos, e processo de sucatamento industrial do país vizinho. ‘Sem entendimento, perdem o Mercosul, as relações Brasil/Argentina e o mercado consumidor, que fica com um preço maior e menor qualidade.’

O presidente da Fecoagro, Rui Polidoro Pinto, é favorável à negociação, mas acredita que o segmento não pode se esquivar de externar publicamente suas preocupações. A participação decisiva no processo de negociação com a China para liberação dos embarques de soja rendeu a Rigotto homenagem de diversos segmentos do setor produtivo na Farsul.

A federação, mais Fiergs, Fecoagro e Bolsa Brasileira de Mercadorias, foram os autores da solenidade. ‘Aqui está reunida toda a economia gaúcha para registrar a participação fundamental do governador e sua comitiva para a solução de um impasse’, frisou Sperotto. Para Polidoro Pinto, o embargo foi o momento mais difícil do setor. O presidente da Fiergs, Renan Proença, comparou ‘a ação do governador como sinuelo’, que o fez ‘estar no lugar certo no momento certo’.

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