Porto Alegre discute rumos do arroz

Aumento da produtividade e preservação ambiental vão centralizar debates na Fiergs.

O aumento da produtividade do arroz e a sustentabilidade das lavouras serão debatidos a partir de hoje, em Porto Alegre, durante o VI Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, na Fiergs. O objetivo dos organizadores é promover um fórum de debates no sentido de apontar alternativas para minimizar os efeitos de fatores externos sobre a cultura do arroz, já que mesmo com a difusão do manejo otimizado e o uso de cultivares adaptadas os índices de produção por hectare costumam oscilar muito.

– A ideia do congresso é apontar saídas para buscar diminuir tanto elementos bióticos, como pragas, doenças, quanto abióticos, como frio, salinidade, ventos, excesso de ferro no solo – explica o presidente da Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai), Sérgio Iraçu Gindri Lopes.

Segundo ele, mesmo com o desenvolvimento genético das cultivares, esses fatores impedem a concretização final do potencial de rendimento de grãos.

Quando os patamares de produtividade são elevados, a mitigação destes estresses se torna fundamental para permitir a estabilização da produtividade. O dirigente cita alguns exemplos de sucesso, como é o caso das cultivares específicas para áreas frias, ainda em fase de desenvolvimento por pesquisadores do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga).

– Essas sementes apresentam potencial produtivo de 12 toneladas por hectare e são tolerantes ao frio.

Esse índice encontra-se muito acima da média gaúcha, que chega a 7,5 toneladas por hectare. Além dessas barreiras, que já começam a ser superadas, o Estado também tem enfrentado desafios no sentido de minimizar o problema de toxidez por ferro no solo e a salinidade presente em áreas próximas à lagoa dos Patos.

– Vamos apresentar experiências que, através do equilíbrio das condições do solo e do melhoramento genético, têm colaborado para minimizar muitos problemas, assim como a incidência da Brusone nas lavouras – anuncia.

A pressão cada vez maior dos órgãos ambientais sobre as lavouras de arroz tem desafiado o produtor a diminuir o manejo que gere impacto ambiental. Em função disso, a sustentabilidade também passou a ser vista como estratégica para o desenvolvimento da cultura. O presidente do Irga, Maurício Fischer, diz que o Rio Grande do Sul tem conseguido, através do uso de variedades específicas e de manejo diferenciado, diminuir o volume de água utilizado nas lavouras.

– Há dez anos usávamos 15 mil metros cúbicos de água para produzir 4 mil quilos de arroz. Hoje, o produtor utiliza 8 mil metros cúbicos e cultiva 8 mil quilos por hectare.

O plantio realizado no cedo também tem colaborado para diminuir o impacto ambiental, proporcionando menor gasto de energia.

– O plantio direto e o controle de pragas resultam na diminuição do uso de inseticidas – afirma Fischer.

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