De olho no futuro

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Nova safra: investimento precisa ser planejado

Próxima safra vai definir rumos do mercado.

O produtor de arroz brasileiro está concluindo a colheita da safra 2007/2008 de olho na próxima safra. Com rentabilidade à vista, em razão do mercado internacional em alta e seus reflexos na comercialização interna, é possível prever uma tendência de aumento de área para o próximo ciclo. E isso, fatalmente, definirá os rumos do mercado brasileiro de arroz. Este filme todo mundo já viu. No Mato Grosso as entidades consideram este cenário a oportunidade de retomada de produção. No Mercosul também. No Rio Grande do Sul há cautela em razão da história recente de perdas. 

O mestre em agronegócios Tiago Sarmento Barata, do Irga, aconselha uma análise do contexto mundial e do cenário local antes da tomada de decisão pelos produtores. “O mundo deve plantar mais no próximo ciclo pelo interesse econômico ou a necessidade de atender as demandas locais. Isso vai impactar o mercado”, afirma. Embora o crescimento da lavoura gaúcha seja esperado, o diretor-técnico do Irga, Valmir Gaedke Menezes, recomenda que o agricultor priorize a eficiência antes de pensar em plantar mais. 

Segundo ele, a lavoura pode ganhar em produtividade e produção adotando com mais eficiência as tecnologias disponíveis no Programa Arroz RS. “Produzir em maior escala, com menor custo, é mais rentável do que aumentar a área com um custo muito elevado”, explica. A produtividade gaúcha, por exemplo, pode superar os sete mil quilos por hectare apenas adotando práticas já conhecidas. “Se os produtores resistentes à modernização aderirem às recomendações haverá um salto produtivo”, assegura. 

A próxima safra terá um custo significativamente maior, em razão da alta dos insumos (apesar do dólar em queda), e uma lavoura mal conduzida ou sem o volume adequado de insumos e cuidados pode se tornar uma armadilha.

Questão básica
Os produtores que decidirem aumentar a área devem estar seguros de que terão capacidade de investimento, água para irrigação, tecnologias para atender integralmente a lavoura sem comprometer a área já estabelecida, e priorizarem as áreas potencialmente mais produtivas. O aumento de lavoura naturalmente representa plantio em áreas marginais, não sistematizadas, sem infra-estrutura adequada de drenagem e irrigação, mais inçada, de maior custo. Ter uma sinalização positiva de mercado, ou pelo menos a garantia de comercialização, é fundamental.

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