Orizicultura fará mapa de tributos
A construção de uma política de comercialização será outra frente de atuação.
O setor orizícola gaúcho vai realizar um mapeamento do impacto da tributação na cadeia produtiva. A decisão veio após reunião da Câmara Setorial do Arroz no Estado, ontem (8), em Porto Alegre. A previsão do coordenador-geral das câmaras setoriais e temáticas da Secretaria da Agricultura (Seapa), Dilson Bisognin, é que o estudo seja concluído em até três meses. Depois disso, será apresentado ao secretário Luiz Fernando Mainardi e ao governador Tarso Genro. De acordo com ele, a desoneração de insumos e equipamentos pode ser uma alternativa para melhorar a competitividade do setor. Para o presidente da Câmara Setorial Nacional do Arroz e diretor da Farsul, Francisco Schardong, a alta carga tributária penaliza a cadeia como um todo, do produtor ao consumidor.
A construção de uma política de comercialização será outra frente de atuação. "Os mecanismos existem, o que falta é sincronia", avalia Bisognin. Conforme Schardong, o tempo entre o anúncio e a prática costuma se arrastar entre 60 e 90 dias. "Neste período, o produtor, que tem contas a pagar, acaba vendendo seu produto a R$ 16,00 a saca." O dirigente acredita que a lavoura precisa de "choque de gestão", com cada segmento fazendo a sua parte no "dever de casa".
2 Comentários
A velha tecnocracia sendo utilizada para eximir responsabilidades!!! Todo mundo que planta arroz sabe que se reduzirem impostos nos insumos, essa redução dificilmente será repassada aos produtores. O troço tem que ir para frente aos invés de voltar para trás…Reduzir custos não ajuda em nada se não tivermos preços justos!!! Essa idéia de reduzir custo só é boa para a indústria e o varejo, que não precisarão mais discutir inflação e a repasse de aumentos de preços aos consumidores e continuarão lucrando cada vez mais e mais. Essa conversa de choque de gestão e de reengenharia já vem desde 1994 e sempre é usada quando os preços estão ruins. Se o arroz sobe os fornecedores de insumos sobem os preços porque a matéria-prima está escassa no mercado externo ou porque o dólar subiu. Enfim, sempre tem uma desculpa. A verdade é que o preço do arroz está DEFASADO!!! ENTENDERAM OU NÃO???DEFASADO SIGNIFICA QUE PAROU NO TEMPO, QUE PERDEU O VALOR E O PODER AQUISITIVO, QUE NÃO TRARÁ MAIS LUCRO!!! Como é difícil de se colocar coisas simples na cabeça dos tecnocratas tchê. Nossa moeda, o real, perde de 10 a 20% do valor de compra todo o ano. Em 4 anos na pior das hipóteses isso representaria uma perda de 40%. A redução de IPI funciona nos carros porque há excesso de oferta. Nos insumos é o contrário, há excesso de procura! Não se podem comparar certas coisas. Mas talvez algum de nossos representantes enveredem pro lado mais claro das coisas e trabalhem no sentido de CONSEGUIREM O TRANCAMENTO DAS IMPORTAÇÕES!!! Um abraço.
Realmente existe uma dificuldade em definir custos e tributos, em consequência, como definir preços mínimos justos no segmento de produção de arroz. Para realizar-se um estudo de viabilidade econômico-financeiro, para qualquer investidor no setor de arroz, principalmente na armazenagem, as dificuldades de informações básicas são dificultadas ou inexistem, apesar de várias entidades envolvidas com o segmento. Senão vejamos, os custos tributários, os custos de produção, os custos fixos e variáveis de unidades armazenadoras, e por aí vai a dificuldade. Estas condições são fundamentais para definir uma margem de resultados, taxas de retorno, ponto de equilíbrio, etc. para quem investe, seja produtor rural ou empresa.