7ª Festa Regional do Marreco reúne 500 pessoas em Torres
O arroz com marreco foi preparado pelo conselheiro Jairo Matos na panela cedida pelo Irga .
O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) participou da sétima edição da Festa Regional do Marreco de Pequim (Ferema), no último domingo (27), no Salão Comunitário do Rio Verde, em Torres. A criação de marrecos de Pequim em lavouras para controlar o arroz vermelho é uma ideia antiga que surgiu na China há mais de quatro mil anos. Alguns arrozeiros do Litoral Norte gaúcho adotaram a tecnologia para a redução de custos, além disso a Festa estimula o aumento do consumo do cereal, por meio da combinação arroz com marreco.
Entre as vantagens da utilização da técnica, também se destaca o aumento da fertilidade do solo e a produtividade em sintonia com a produção sustentável. Segundo o engenheiro agrônomo do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) do Irga, Assis Pimentel de Morais, 55 famílias adotam a atividade. Para ele, o estímulo e a expansão dessa tecnologia depende de incentivo para a instalação de incubatórios aumentando a oferta de marrequinhos, o que proporciona o acesso a um maior número de agricultores. A área total ocupada pelo sistema é de 1.200 hectares.
De acordo com o conselheiro do Irga de Torres, Jairo de Matos e o engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal da Agricultura de Torres, Gerson Luis Nardi, o sistema tem significativa importância socioeconômica. Além do envolvimento das famílias, a produtividade varia de 160 a 200 sacos por hectare. E, ainda, há possibilidade de agregação de valor com a produção de proteína animal.
Conforme o agrônomo, a principal causa do sistema não ter avançado é o fato de que não há a validação da tecnologia pelos órgãos competentes, estabelecendo protocolos que regulamentam o sistema de produção. Nardi ressalta, ainda, que não há acesso às linhas de crédito para instalação de incubatórios, salas de abate e câmaras frias para armazenagem do produto.
Segundo o técnico agrícola do Irga de Torres, Adrielton Bauer dos Santos, dez hectares de área são utilizados por três produtores que adotam as práticas de manejo orgânico. Para o técnico, toda a área poderá ser convertida para produção orgânica com práticas adequadas de manejo.
“Para o arroz e o marreco entrarem no mercado como orgânicos, é fundamental a validação oficial do sistema associada à certificação orgânica. Também é necessária a realização de um avanço na cadeia produtiva, como produto da agricultura familiar, de forma a agregar valor, além de oportunidades de trabalho e renda, aproximando o agricultor do mercado”, avalia o agrônomo Morais.
Também participaram da 7ª Ferema, o prefeito de Torres, João Alberto, secretários municipais, o Grupo de Mulheres Agricultoras, representantes de entidades ligadas ao setor, produtores e comunidade.